quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Capítulo 9 - As coisas andam difíceis e diferente para nós.


Narrado por Melissa. 

Comecei a pensar na minha árvore genealógica, meus primos que moravam ali em São Paulo, mas era complicado, minha família era grande de mais para me lembrar de todos, e uma grande parte ficava no interior. 

— Jenifer.
— Anh? — Luan me olhou estranho. 
— Jenifer, ela mora aqui — arregalei meus olhos e me lembrei de minha prima Jenifer, ela era compatível a Nicole. — preciso ligar para ela, cadê meu celular? Eu ...
— se acalme querida. — minha sogra segurou minhas mãos. Sorri e me afastei dali ligando para minha prima, não foi difícil convencê-la, e ela prometeu-me chegar mais rápido que pudesse.
— onde o Luan está? — o procurei ali. 
— Saiu com o meu pai, Arleyde está igual louca procurando ele. 
— cheguei — minha prima chegou um pouco ofegante. 
— não precisava de tanta pressa — fui até ela é a abracei — obrigada. — minha voz estava tomada pelo choro, minha garganta queimava, e minha visão estava embaçada. 
— não precisa agradecer. 
— vamos? — ele a chamou, e eu a acompanhei. 
— muito obrigada mesmo — eu a abracei logo depois da transfusão realizada.
— de nada Mel — ela beijou meu rosto — mas vamos comigo comer algo? — ela riu fraca e fomos até a cantina do hospital. 
— como vão seus pais? — puxei assunto em quanto a mesma comia. 
— vão bem — ela riu pelo nariz — mamãe sente saudades. 
— quando a poeira abaixar farei uma visita a ela. — sorri forçada. 

(...) 

— vamos pra casa? O médico disse que ficarmos aqui não vai adiantar muita coisa. 
— podem ir, vou ficar com a minha filha. 
— querida, Breno precisa de você também — minha sogra sorriu forçada, e eu me senti mal, com todas essas coisas que estavam acontecendo eu não me importei com o meu filho, me senti uma mãe horrível. 
— vamos amor? Voltamos pela noite — Luan passou as mãos gordinhas em meu cabelo, e eu o olhei — mais tarde voltamos — ele beijou minha testa. 
— vamos — sorri forçada, e Luan me arrasou dali. 
Casa, era tudo que eu precisava, assim que pisei na mesma, segui para meu quarto, eu precisava de um banho demorado. Lavei meus cabelos, e resolvi seca-los, já que pretendia dormir. 
— está ocupada? 
— não querido — o encarei pelo espelho. 
— Soroca me ligou — ele riu pelo nariz — nos convidou para a social no dia do aniversário dele, e eu aceitei, tudo bem? 
— tudo — respondi insegura, Sorocaba faria aniversário daqui 5 dias, não tinha certeza se Nicole se livraria desses problemas logo. 
— vou tomar banho — Luan jogou um beijou para mim e eu ri fraco e ele seguiu até o banheiro. 
Tempos depois Luan saiu do banheiro cantarolando alguma música internacional, e seguiu até nosso closet, voltou vestindo apenas uma calça de moletom, e veio se deitar na cama, praticamente em cima de mim. 
— não quero te ver triste meu bem — ele selou nossos lábios. 
— vou tentar ficar bem — passei as mãos em seu rosto — eu te amo tanto. 
— eu também te amo — ele tomou meus lábios em um beijo tão nosso, repleto de carinho, ternura e paixão. Senti as mãos do Luan, que antes estavam em minha cintura, passar por meu corpo e parar meus seios por baixo da roupa. Os beijos de Luan passaram para meu pescoço, onde o mesmo deu lugar a sua barba, já que ele a passava ali me causando as melhores sensações. 
— você é tão minha Melissa — ele me sussurrou ao pé do ouvido, e eu senti todo meu corpo novamente arrepiado. Quando Luan e eu transávamos, tinha a sensação de que tornávamos um só, ele tinha o poder de me tornar mulher todas as vezes que nos amávamos, na verdade, ele tinha um poder único sobre mim.

(...) 

5 dias depois. 

Encarava meu reflexo no espelho, e o vestido azul que antes caia perfeitamente em mim hoje se encontrava mais larga. Havia perdido peso e nem havia percebido.

— já está pronta? 
— já — me virei o encarando, e ele sorria. 
— então vamos. — concordei com a cabeça e fui ao encontro do mesmo logo depois de ter apanhado meu celular sob o criado-mudo. 
Não me surpreendi muito ao chegarmos a casa do Sorocaba, e a música rolava um pouco alta ali. O churrasco estava agradável, mas mantinha meus pensamentos em meus filhos, Nicole ainda naquele maldito hospital, sem nenhuma notícia, nenhuma melhora. Íamos pela tarde até lá e ficávamos até a noite, e hoje não havia sido diferente. 
— está gostando querida? — Luan me abraçou por trás beijando meu pescoço. 
— estou — sorri — estava com saudades disso. 
— as coisas andam difíceis e diferentes para nós não? 
— sim, mas nossa pequena vai ficar melhor amor, eu espero.
— ela vai amor, vamos ter fé em Deus. 
— amém — sorri animada. 
— borá tomar uma Luan? — ele mostrava a garrafa de alguma bebida alcoólica. 
— estou dirigindo cara, deixa isso quieto — ele riu.
— eu posso dirigir querido, se divirta um pouco.
— não vou beber nada forte, não preciso disso para me sentir bem. — ele sorriu e foi até a cozinha.
— Melissa? Quanto tempo querida. — Eduarda sorriu falsamente, e eu retribui, claro. 
— como vai? — olhei para o meu copo que até então tinha suco. 
— bem querida, e você? — ela se sentou ali. Será que ela não se tocava? Mereço! 
— tudo indo — sorri forçado.
— amor, quer algo? — ele voltou e se sentou ao meu lado. — Eduarda? — ele a olhou estranho.
— quanto tempo, não? — ela riu debochada. 
— é — ele voltou sua atenção para mim — está com fome? 
— não se preocupe amor — sorri selando nossos lábios.
— Luan, larga a muié e chega aí parceiro. — Sorocaba o repreendeu, e eu apenas ri, e meu marido me deixou indo com os amigos.
— deve ser difícil né? — a olhei como se não estivesse entendo mais nada — passar dias com sua filha no hospital, e não ter mais tempo para seu marido. 
— aonde você está querendo chegar Eduarda? — revirei meus olhos sem um pingo de paciência. 
— o Luan é homem né Mel, pode muito bem procurar na rua o que você não dá em casa. 
— Luan é homem mesmo Duda — disse seu apelido com ironia — homem que sabe que tem uma família em casa e não preciso procurar nada por aí. 
— será? — ela deixou um ar suspeito e logo saiu dali. 
— vem amor, não fica aí sozinha. — o olhei e ele sorria, será que Eduarda havia falado a verdade?

Narrado por Luan.

Eduarda havia ficado poucos minutos ao lado de Melissa, e eu apostava que ela havia falado algo, já que minha mulher me olhava de um jeito estranho. 

— está tudo bem? — a abracei de lado sussurrando em seu ouvido, e ela apenas concordou. 
Decidimos não voltamos para casa tarde, já que passamos boa parte da nossa tarde no hospital, precisávamos descansar. 
— Luan, posso te perguntar uma coisa? 
— claro amor — sorri e puxei sua mão a levantando até minha boca em quanto ela dirigia de volta para nossa casa.
— você, não, esquece.
— pode dizer Mel.
— você seria capaz de me trair? 
— que besteira amor, claro que não. 
— você promete? — ela tirou sua atenção do trânsito em segundos.
— prometo —me aproximei da mesma beijando sua bochecha. Eduarda era fogo, devia ter enchido a cabeça de Melissa com suas mentiras, eu não deixaria ela estragar o meu casamento. 

Notas da autora.

Será que não? Promessas são feitas para não serem quebradas. Lembrem-se. 
 - Natália de Andrade. 

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