quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Capítulo 9 - As coisas andam difíceis e diferente para nós.


Narrado por Melissa. 

Comecei a pensar na minha árvore genealógica, meus primos que moravam ali em São Paulo, mas era complicado, minha família era grande de mais para me lembrar de todos, e uma grande parte ficava no interior. 

— Jenifer.
— Anh? — Luan me olhou estranho. 
— Jenifer, ela mora aqui — arregalei meus olhos e me lembrei de minha prima Jenifer, ela era compatível a Nicole. — preciso ligar para ela, cadê meu celular? Eu ...
— se acalme querida. — minha sogra segurou minhas mãos. Sorri e me afastei dali ligando para minha prima, não foi difícil convencê-la, e ela prometeu-me chegar mais rápido que pudesse.
— onde o Luan está? — o procurei ali. 
— Saiu com o meu pai, Arleyde está igual louca procurando ele. 
— cheguei — minha prima chegou um pouco ofegante. 
— não precisava de tanta pressa — fui até ela é a abracei — obrigada. — minha voz estava tomada pelo choro, minha garganta queimava, e minha visão estava embaçada. 
— não precisa agradecer. 
— vamos? — ele a chamou, e eu a acompanhei. 
— muito obrigada mesmo — eu a abracei logo depois da transfusão realizada.
— de nada Mel — ela beijou meu rosto — mas vamos comigo comer algo? — ela riu fraca e fomos até a cantina do hospital. 
— como vão seus pais? — puxei assunto em quanto a mesma comia. 
— vão bem — ela riu pelo nariz — mamãe sente saudades. 
— quando a poeira abaixar farei uma visita a ela. — sorri forçada. 

(...) 

— vamos pra casa? O médico disse que ficarmos aqui não vai adiantar muita coisa. 
— podem ir, vou ficar com a minha filha. 
— querida, Breno precisa de você também — minha sogra sorriu forçada, e eu me senti mal, com todas essas coisas que estavam acontecendo eu não me importei com o meu filho, me senti uma mãe horrível. 
— vamos amor? Voltamos pela noite — Luan passou as mãos gordinhas em meu cabelo, e eu o olhei — mais tarde voltamos — ele beijou minha testa. 
— vamos — sorri forçada, e Luan me arrasou dali. 
Casa, era tudo que eu precisava, assim que pisei na mesma, segui para meu quarto, eu precisava de um banho demorado. Lavei meus cabelos, e resolvi seca-los, já que pretendia dormir. 
— está ocupada? 
— não querido — o encarei pelo espelho. 
— Soroca me ligou — ele riu pelo nariz — nos convidou para a social no dia do aniversário dele, e eu aceitei, tudo bem? 
— tudo — respondi insegura, Sorocaba faria aniversário daqui 5 dias, não tinha certeza se Nicole se livraria desses problemas logo. 
— vou tomar banho — Luan jogou um beijou para mim e eu ri fraco e ele seguiu até o banheiro. 
Tempos depois Luan saiu do banheiro cantarolando alguma música internacional, e seguiu até nosso closet, voltou vestindo apenas uma calça de moletom, e veio se deitar na cama, praticamente em cima de mim. 
— não quero te ver triste meu bem — ele selou nossos lábios. 
— vou tentar ficar bem — passei as mãos em seu rosto — eu te amo tanto. 
— eu também te amo — ele tomou meus lábios em um beijo tão nosso, repleto de carinho, ternura e paixão. Senti as mãos do Luan, que antes estavam em minha cintura, passar por meu corpo e parar meus seios por baixo da roupa. Os beijos de Luan passaram para meu pescoço, onde o mesmo deu lugar a sua barba, já que ele a passava ali me causando as melhores sensações. 
— você é tão minha Melissa — ele me sussurrou ao pé do ouvido, e eu senti todo meu corpo novamente arrepiado. Quando Luan e eu transávamos, tinha a sensação de que tornávamos um só, ele tinha o poder de me tornar mulher todas as vezes que nos amávamos, na verdade, ele tinha um poder único sobre mim.

(...) 

5 dias depois. 

Encarava meu reflexo no espelho, e o vestido azul que antes caia perfeitamente em mim hoje se encontrava mais larga. Havia perdido peso e nem havia percebido.

— já está pronta? 
— já — me virei o encarando, e ele sorria. 
— então vamos. — concordei com a cabeça e fui ao encontro do mesmo logo depois de ter apanhado meu celular sob o criado-mudo. 
Não me surpreendi muito ao chegarmos a casa do Sorocaba, e a música rolava um pouco alta ali. O churrasco estava agradável, mas mantinha meus pensamentos em meus filhos, Nicole ainda naquele maldito hospital, sem nenhuma notícia, nenhuma melhora. Íamos pela tarde até lá e ficávamos até a noite, e hoje não havia sido diferente. 
— está gostando querida? — Luan me abraçou por trás beijando meu pescoço. 
— estou — sorri — estava com saudades disso. 
— as coisas andam difíceis e diferentes para nós não? 
— sim, mas nossa pequena vai ficar melhor amor, eu espero.
— ela vai amor, vamos ter fé em Deus. 
— amém — sorri animada. 
— borá tomar uma Luan? — ele mostrava a garrafa de alguma bebida alcoólica. 
— estou dirigindo cara, deixa isso quieto — ele riu.
— eu posso dirigir querido, se divirta um pouco.
— não vou beber nada forte, não preciso disso para me sentir bem. — ele sorriu e foi até a cozinha.
— Melissa? Quanto tempo querida. — Eduarda sorriu falsamente, e eu retribui, claro. 
— como vai? — olhei para o meu copo que até então tinha suco. 
— bem querida, e você? — ela se sentou ali. Será que ela não se tocava? Mereço! 
— tudo indo — sorri forçado.
— amor, quer algo? — ele voltou e se sentou ao meu lado. — Eduarda? — ele a olhou estranho.
— quanto tempo, não? — ela riu debochada. 
— é — ele voltou sua atenção para mim — está com fome? 
— não se preocupe amor — sorri selando nossos lábios.
— Luan, larga a muié e chega aí parceiro. — Sorocaba o repreendeu, e eu apenas ri, e meu marido me deixou indo com os amigos.
— deve ser difícil né? — a olhei como se não estivesse entendo mais nada — passar dias com sua filha no hospital, e não ter mais tempo para seu marido. 
— aonde você está querendo chegar Eduarda? — revirei meus olhos sem um pingo de paciência. 
— o Luan é homem né Mel, pode muito bem procurar na rua o que você não dá em casa. 
— Luan é homem mesmo Duda — disse seu apelido com ironia — homem que sabe que tem uma família em casa e não preciso procurar nada por aí. 
— será? — ela deixou um ar suspeito e logo saiu dali. 
— vem amor, não fica aí sozinha. — o olhei e ele sorria, será que Eduarda havia falado a verdade?

Narrado por Luan.

Eduarda havia ficado poucos minutos ao lado de Melissa, e eu apostava que ela havia falado algo, já que minha mulher me olhava de um jeito estranho. 

— está tudo bem? — a abracei de lado sussurrando em seu ouvido, e ela apenas concordou. 
Decidimos não voltamos para casa tarde, já que passamos boa parte da nossa tarde no hospital, precisávamos descansar. 
— Luan, posso te perguntar uma coisa? 
— claro amor — sorri e puxei sua mão a levantando até minha boca em quanto ela dirigia de volta para nossa casa.
— você, não, esquece.
— pode dizer Mel.
— você seria capaz de me trair? 
— que besteira amor, claro que não. 
— você promete? — ela tirou sua atenção do trânsito em segundos.
— prometo —me aproximei da mesma beijando sua bochecha. Eduarda era fogo, devia ter enchido a cabeça de Melissa com suas mentiras, eu não deixaria ela estragar o meu casamento. 

Notas da autora.

Será que não? Promessas são feitas para não serem quebradas. Lembrem-se. 
 - Natália de Andrade. 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Capítulo 8 - Iremos ser mais fortes do que imaginávamos.

Narrado por Luan.

Já era noite e continuávamos ali, rezando e pedindo para que não desse nada em Nicole. Devido à sua Síndrome de Down, ela tinha seu sistema de defesa um pouco mais baixo do que de uma pessoa normal, isso me preocupava tanto, minha menininha não tinha nem seu 1 ano de vida e já sofria tanto. 
— não quero preocupar vocês, mas Nicole acabou tendo uma crise de broncoespasmo, quem vai acompanha-la até o hospital? 
— eu, eu vou, eu preciso ver minha filha, onde ela esta? Ela já está bem? Eu — a puxei para mim. 
—querida se acalme — beijei o topo de sua cabeça. — eu sigo vocês de carro. 
— Senhora Melissa peço que se acalme — eu a vi saindo com o Doutor rumo a ambulância, fui até nosso carro, e peguei meu celular que estava no meu bolso ligando para casa. Expliquei por cima tudo que estava acontecendo para minha mãe, e a mesma disse que me encontraria no hospital, encerrei a ligação seguindo a ambulância que havia acabado de sair. 

Narrado por Melissa. 

Aquele lugar fechado, com aquela sirene alta, e minha filha ali toda entubada me causava náuseas. Eu queria a tirar dali, sair desse lugar horrível, e chegar em casa, dizendo que estava tudo bem, que só era uma gripe, mas essa era minha realidade, meus pensamentos estavam a todo vapor que quando chegamos ao hospital, despertei com um enfermeiro pedindo minha mão para me ajudar a descer. 
Após descer, pude ver o mesmo subir e sair com a minha filha numa maca, e os aparelhos que a ajudavam a respirar, Luan chegou correndo e parou ali na porta buscando fôlego, e eu fui até o mesmo o abraçando em prantos. 
— não fica assim, por favor — sabia que ele segurava o choro devido sua voz.
— foi horrível esse caminho amor — soluçava e tremia devido ao medo— por que Deus esta fazendo isso com a gente? 
— ele vai mostrar que somos fortes querida, vamos ter fé.
— minha fé já está acabando, prefiro que ele a leve em vez de deixá-la aqui sofrendo. — e o silêncio ali reinou, só podiam se escutar meus soluços. 
— não diga isso querida, por favor. 
— ela está sofrendo Luan, ou você acha que eu adorei esse "passeio" até aqui? — fiz aspas (") com os dedos — Já é a segunda vez que a levam para UTI, e ela tem apenas 7 meses Luan, 7. — meu choro era doloroso, era horrível escutar aquelas palavras saindo da minha boca, mas eu entendia sua dor, Nicole já sofria tanto. — me desculpa, não devia ter sido grossa com você. 
— tudo bem — Ele suspirou passando a mão em seus cabelos em quanto eu ainda chorava. 
— meus queridos — Dona Mari chegou acompanhada de Bruna e Theo. — o minha filha — ela veio até mim nos abraçando. 
— vamos entrar? — ela sorriu fechado, e eu, ainda abraço com meu marido, entramos mais uma vez naquele hospital que desde então não nos trazia lembranças boas. 
— odeio ficar sem notícias. — já se passavam das 02:30 da manhã, e continuávamos sem notícias sobre Nicole, o que era torturante. Bruna havia ido pra casa, já que Breno era apegado nela, e pelo o que meu sogro havia dito na ligação que fizemos um pouco mais cedo, ele havia chorado. Dona Mari não sabia onde ficava, ia até a capela e voltava.

Narrado por Luan. 

— familiares de Nicole Santana? 
—  somos nós — minha mãe se levantou, e eu me mantive sentado já que Melissa cochilava em meu colo devido o tanto que ela chorou. 
—Nicole teve uma baixa nas plaquetas e no sangue, precisamos fazer transfusão de sangue, precisamos ver quem de vocês são compatíveis. 
— precisa ser urgente? Porque poderíamos ligar em casa. 
— temos alguns litros que podem ser servidos para a transfusão.
— pela manhã minha família está aqui. 
— vamos esperar — ele ia saindo.
— tão pequena e já vem sofrendo tanto — ela derramava algumas lágrimas. — como você se sente meu filho? 
— péssimo — suspirei, e senti meus olhos queimarem — mas preciso ser forte, não? Minha família precisa de mim. — senti uma fungada em meu pescoço, e o que temia aconteceu, Mel havia escutado tudo. — querida, o que ...
— eu sou uma pessoa horrível né? — neguei com a cabeça em quanto ela se ajeitando.
— esqueça isso querida, eu ...
— não Luan — ela soluçava — eu nunca me importei com o jeito que você se sente, mas você sempre se importando comigo. 
— essa é minha parte de seu esposo querida — a puxei selando nossos lábios mesmo com ela ainda chorando. 
— eu venho sendo uma mãe e esposa péssima, eu não mereço você, Luan.
— não fique assim, por favor — tentei fazê-la parar de chorar — eu te amo — encostei minha testa na dela, eu vi a tristeza em seus olhos. 
— Vocês estão com fome? 
— estou — sorri forçado — mas não se preocupe. 
— vou pegar um café, trago para vocês. 
— mãe, a senhora não quer ir pra casa descansar? 
— já são 04:30, daqui a pouco precisaríamos voltar. 
— pensando por esse lado — sorri fechado, e a vi indo até a cantina do hospital. 
— sinto que estamos atrapalhando a vida da nossa família. — suspirei e passei a mão na nuca e parei para pensar nisso. — estamos atrapalhando até você — ela se pronunciou novamente — nem show tem feito mais. 
— minhas fãs entendem.
—  nem todas entendem Luan. — ela suspirou voltando a chorar.
— querida, não chore mais por favor, não me sinto bem em vê-la assim. 
— eu só queria que tudo ficasse bem. 
Pela manhã, fizemos os exames necessário para a transfusão de sangue e de plaquetas de Nicole, mas por sua vez, nossa pequena tinha o tipo de sangue raro. 
— não há ninguém da família com esse tipo sanguíneo?? 
— mas doutor, o tipo AB é receptor universal, não teria problema de um de nós podermos doar? — Bruna se pronunciou. 
— não achamos muito confiável, o tipo A tem anticorpos para o tipo B e vice-versa. 
— e agora? — ela estava prestes a chorar, Mel assim me preocupava, por tudo ela chorava, não que antes ela não fosse sensível, mas ultimamente havia piorado. 
— poderíamos tentar o Breninho. 
— o sangue dele é B igual ao Luan sogro. 
— tem a Camila, mas até ela vir de Campo Grande vai demorar.
— precisamos para agora mãe. — suspirei pesado. Mais essa agora, tudo o que não precisávamos. 

Notas da autora. 

Com amor, tudo é possível. E até as coisas mais difíceis serão resolvidas. Vocês verão. 
- Natália de Andrade.


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Capítulo 7 - O amor supera qualquer outra coisa.


Narrado por Melissa. 

Os dias haviam de passado, hoje completava o 10º dia em que Nicole estava internada na UTI infantil, o mais torturante era ir para o hospital depois do almoço, e poder vê-la somente no horário das visitas à noite, e aquela sonda que machucava a pele da minha pequena me deixava angustiada. Eu era fraca, chorava dia e noite, parecia que tudo havia acabado, não conseguia ver minha filha nessa situação. 
— Melissa, Luan, será que posso conversar com vocês? — senti meu corpo todo gelar, eu esperava pelo pior. O meu Deus, eu pedi tanto para o senhor, por favor, faça o que quiser comigo, mas deixe minha filha bem, eu lhe imploro. — sente-se por favor. — nos sentamos em frente à ela, e mesmo assim Luan continuava segurando firme minha mão. 
— está tudo bem com a nossa pequena? 
— em partes — ela sorriu sem mostrar os dentes — Nicole receberá alta — sorri aliviada, até que em fim uma notícia boa. 
— graças a Deus. 
— mas vou pedi para que vocês a leve ao hematologista. 
— o que é isso? — Meu marido perguntou confuso.
— são médicos especialistas em doenças no sangue e  de órgãos hematopoéticos, onde se formam as células do sangue. 
— isso pode ser grave? 
— não quero preocupa-los, então prefiro que conversem com algum médico nessa ala. 
— tudo bem — suspirei um pouco aliviada, mas com um lado tinha medo.
— aqui está a alta da Nicole. 
— posso ir buscá-la? 
— claro, Suzie os levará até lá, preciso ir ver alguns pacientes. — ela sorriu amigável e saímos da sala da mesma, indo com Suzie até a UTI Infantil, onde a dias vínhamos sendo torturados. 
— oi mamãe, que saudades — abracei minha pequena emocionada, Nicole que mostrou-se feliz em meus braços. 
— minha pequena — sorri e beijei o topo de sua cabeça. — vamos para casa. 
— precisamos pegar Breno nos seus pais. 
— vamos, vou ligar para eles avisamos que estamos indo até lá. 
— fazemos isso no caminho. 
— olha a princesa da vovó de volta — minha sogra veio até mim, pegando Nicole dos meus braços. Luan e eu, seguimos até os fundos da casa, onde seu pai estava junto do noivo de Bruna, e Breno jogando bola. 
— papai — ele veio correndo até nos e se jogou em meus braços.
— como você está filho? 
— bem papai, vovô e o tio Theo estavam jogando bola comigo. 
— eu vi — sorriu bagunçando seu cabelo, e indo falar com o pai e Theo. 
— onde está a pequena? 
— aqui vovô — Mari veio sorridente com Nicole que já sorria banguela. 
— querido, sua mãe nos chamou para jantarmos aqui, eu aceitei, tudo bem? 
— tudo sim meu amor — ele veio do meu lado com Breno,  e enchi Breno de beijos.
— aí mamãe. — ele gargalhou. 
— coisa gostosa.
Havia sido um jantar bastante agradável, estávamos todos contentes, Nicole nos dava uma alegria e tanta. 
— Luan, você deixa tudo jogado — reclamei por ser tarde, e eu pegava algumas roupas do Luan espalhadas pelo banheiro. 
— desculpa muié — ele riu e entrou no box para tomar banho. Revirei meus olhos pegando mais uma camiseta jogada no chão. Por mais que elas estavam ali jogadas, havia seu perfume totalmente embriagante, não me aguentei e as levei até meu nariz, sentindo seu cheio maravilhoso. — Uai muié, fica aí chegando não, vem cá comigo sentir meu cheirinho de perto, vem. — sorri, e logo me desfiz das minhas roupas, e entrei no box junto do mesmo. — minha gatinha — ele sorriu e puxando meu corpo junto do dele. Logo tratou de tomar meus lábios em um beijo cheio de amor e malícia, era impressionante como suas mãos gordinhas, passando por entre meus cabelos me deixava louca. 
— estava com saudades de você — intercalava mordidas e beijos no seu pescoço. Em resposta Luan me pressionou no azulejo frio e úmido, que causou arrepio em todo meu corpo, a Luan, como eu amo as sensações que ocorrem em meu corpo por causa de você.  
— nós dois embaixo do chuveiro, amor com cheiro de shampoo — Luan cantarolou rindo, em quanto saíamos abraçados do banho, após matarmos a nossa saudade, de um jeito nosso e único. 
— seu bobo — virei para o mesmo e selei nossos lábios novamente. 
— eu te amo tanto Melissa. 
— eu também te amo Luan — sorri, e nos beijamos novamente, Luan com facilidade tirou minha toalha, em seguida a sua, e num ato rápido senti meu corpo sendo atirado sobre a nossa enorme cama, e o mesmo subir em cima de mim. Luan sabia o poder que tinha sobre mim, ainda mais quando passava sua barba em meu pescoço causando sensações maravilhosas, e ali, novamente fizemos nosso bom e velho amor. 
Terça-feira pela manha, comecei minhas buscas por um hematologista bom e de confiança, não seria legal levar minha filha para qualquer médico, e quando encontramos, ele logo pediu que fizéssemos um exame de sangue em minha pequena, e devido a isso, tivemos de esperar 1 semana para a próxima consulta, mas por Nicole ter o melhor plano, devido ao pai ser quem é, os exames ficaram prontos em 48horas. 
Por ser 8:30 da manhã, a casa se encontrava quieta, Luan dormia um sono tão gostoso, que deu até dó de acorda-lo. 
— O que faz acordada tão cedo? 
— Nicole tem consulta ainda hoje, fiquei preocupada e acabei perdendo o sono. 
— Você não deve se preocupar atoa Mel — Sônia me olhou em quanto deixava algumas coisas para o café sob a mesa. 
— eu sei — sorri fechado, peguei apenas uma xícara de café com leite, e fui até o escritório do meu marido. Liguei o notebook que estava sobre a mesa, e comecei a procurar algumas coisas relacionadas a síndrome de down da minha filha. Textos, histórias, relatos que me chamaram a atenção, mas um em especial. 
Deus escolhe as mães. 
Deus pairou sobre a Terra, selecionando o seu instrumento de propagação com um grande carinho e compassivamente, enquanto Ele observava, Ele instruía seus anjos a tomarem nota em um grande livro:
- Para a mãe Sebastiana, um menino e o anjo da guarda Mateus.
- Para a mãe Maria, uma menina e como anjo da guarda Cecília.
- Para a mãe Fátima, gêmeos, e como anjo da guarda, mande Gerard.
Pronunciando um nome, sorri e diz:
- Dê a ela uma criança deficiente.
O anjo cheio de curiosidade pergunta:
- Por que a ela Senhor? Ela é tão alegre...
- Exatamente por isso. Como eu poderia dar uma criança deficiente para uma mãe que não soubesse o valor de um sorriso? Seria cruel.
- Mas será que ela terá paciência?
- Eu não quero que ela tenha paciência porque, com certeza, se afogará no mar da autopiedade e desespero. Logo que o choque e o ressentimento passar, ela saberá como se conduzir.
- Senhor, eu a estava observando hoje, ela tem aquele forte sentimento de independência. Ela terá que ensinar a criança a viver no seu mundo e não vai ser fácil.
- E além do mais, Senhor, eu acho que ela nem acredita na sua existência.
Deus sorri.
- Não tem importância. Eu posso dar um jeito nisso. Ela é perfeita. Ela possui o egoísmo no ponto certo. O anjo engasgou.
- Egoísmo? E isso é, por acaso, uma virtude?
Deus acenou um sim e acrescentou:
- Se ela não conseguir se separar da criança de vez em quando, ela não sobreviverá. Essa é uma das mulheres que eu abençoarei com uma criança menos perfeita. Ela ainda não faz idéia, mas ela será também muito invejada. Sabe, ela nunca irá admitir uma palavra não dita, ela nunca irá considerar um passo adiante uma coisa comum. Quando sua criança disser 'mamãe' pela primeira vez, ela pressentirá que está presenciando um milagre. Quando ela descrever uma árvore ou um pôr do sol para seu filho cego, ela verá como poucos já conseguiram ver a minha obra. Eu a permitirei ver claramente coisas como a ignorância, crueldade, preconceito e a ajudarei a superar tudo. Ela nunca estará sozinha. Eu estarei ao seu lado cada minuto de sua vida, porque ela estará trabalhando junto comigo.
- E quem o senhor está pensando em mandar como anjo da guarda?
Deus sorriu.
Dê a ela um espelho, é o suficiente!'

— querida — Luan chamou minha atenção entrando ali. 
— oi? 
— vamos tomar café? Nicole tem conduta daqui a pouco. 
— am, eu te acompanho, não estou com fome — desliguei o notebook, e aquele texto passava na minha cabeça, e ele seguiu até o nosso café, que foi agradável, o que era surpreendente, já que Luan havia acordado cedo o que não era de costume do mesmo, mas ele havia acordado bem. 
— vamos meu bem? 
— vamos — sorri fechado. 
Era impressionante como cara consulta de Nicole era algo tenebroso, eu tinha medo, confesso, sempre esperei pelo pior, mas ainda bem que tinha meu marido e pessoas maravilhosas que não me deixaram abater-me. Eu tinha que encarar isso, era minha realidade, minha filha é portadora da síndrome de Down, e ela pode sim, levar uma vida normal igual às outras, mas com um pouco mais de atenção. 
— bom dia. — Luan e eu respondemos juntos em quanto nos sentávamos em frente ao doutor. — como vai essa garotinha? — ele brincou com a mesma que sorriu banguela. 
— esta bem, não é filha? 
— am Doutor — me pronunciei — não quero que o senhor enrole, será que daria para contar-me o que minha filha tem? 
— tudo bem — ele suspirou abrindo o exame — vamos ver — ele fez uma pausa que me causou arrepios.
— está tudo bem? — O olhei, e Nicole segurava seu dedo com um pouco de firmeza. 
— Nicole desenvolveu graças a síndrome de Down uma espécie de mielopoiese anormal transitória, que é uma uma disfunção da medula, por isso seus exames de sangue estavam tão alterados. 
— ela vai ter que ser internada novamente? — lágrimas tomaram os meus olhos, e eu já as derramava sem me importar. 
— preciso fazer alguns exames, se importam? — neguei com a cabeça, olhei para o lado Luan chorava mesmo sem querer, em quanto Nicole mexia em sua barba. 
Será que um dia seremos capazes de levar uma vida normal com a minha pequena? Sem ela com qualquer tipo de doença? Será meu Deus? 
E mais uma vez, eu a vi levarem, era tão doloroso isso, mães que passam isso como eu, me entenderiam, era tão difícil me acostumar, mas pelo visto seria necessário. 
— estamos juntos nessa querida — eu chorava quando me acolhi em seus braços, eles sempre foram meu conforto, desde que era apenas uma fã ali em meio à multidão. — eu amo tanto vocês. — ele beijou o topo da minha cabeça.
— eu também amo vocês — foi aí, que mesmo em seus braços, peguei a correntinha que havia ganho de natal do mesmo. Um coração, onde quando abrisse havia uma foto nossa aí, da minha família, os motivos que me faziam levantar todos os dias da cama. 

Notas da autora. 

A Melissa, a Luan, vocês são tão fortes, e nem imaginam. Vocês enfrentarão tantas coisas ainda, não desanimem não, acreditem, o futuro será ótimo. 
 - Natália de Andrade. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Capítulo 6 - Quando os problemas começaram.


Narrado por Melissa.

Junho havia chego, trazendo o frio, e o 6º mês de vida da minha filha. Nicole vinha correspondendo bem as estimulações o que nos deixava bem animados. Luan havia saído mais uma vez em turnê, desde que ele havia ficado sabendo que estava indo ao psicólogo, ele viva perguntando se estava bem, se sentia algo. Mas confesso, desde que voltei a dançar as coisas haviam mudado, eu me sentia bem, dançar me fazia bem, minha família me fazia bem. 
— Mel — Lígia chamou minha atenção assim que entrei em casa — Nicole está queimando em febre. — havia acabado de chegar da academia, me preocupei, isso não era normal. 
— onde ela está? 
— eu dei um banho nela na tentativa de abaixar sua febre, mas não melhorou, tentei ligar para você, mas seu celular estava aqui. 
— tudo bem — subi as escadas correndo praticamente, e entrei no quarto da minha pequena. — o mamãe, tá dodói? 
— querida — minha sogra entrou sorridente no quarto — como estão? 
— estou doente vovó.
— vai levá-la na pediatra? 
— vou sim sogra — sorri, pegando meu celular atrás do número da doutora Daniella. 
— já deu um banho nela? — ela veio até mim passando as mãos no rosto da neta — ela está queimando em febre Melissa. 
— Lígia já deu um banho nela antes, e isso me preocupa sogra. 
— você sabe se ela já deu algum remédio? 
— ela não me disse — suspirei, ligando para a médica. Demorei apenas alguns minutos na ligação. — é pra eu levá-la as 17:30.
— que que eu vá com você? 
S/n: não vai atrapalhar a senhora? 
— imagina, me dê a Nick aqui, e vá tomar um banho. 
— não demoro — sorri forçado e fui para meu quarto afim de tomar um banho rápido. Por ser 11:00hrs resolvi não acordar Luan com isso, ele precisava descansar, havia feito um show em um festival grande, não queria o preocupar, poderia ser apenas um resfriado. 
— vamos almoçar lá em casa? Vocês passam a tarde comigo e com a Bruna, depois vamos a consulta.
— tudo bem — peguei minha bolsa com uma troca de roupa, e mais a bolsa de Nicole com suas coisas e uma troca de roupa para o Breno. 

Narrado por Luan. 

Acordei por volta das 16:40 com alguém batendo na porta, no começo pensei que era um dos meninos me chamando para ir até a academia, mas me enganei. Era Eduarda, uma modelo que havia ficado na minha época de solteiro. 
— uai sua louca, o que faz aqui? 
— soube que você estava no Rio de Janeiro, e claro, não ia perder essa oportunidade. 
— Eduarda, nosso lance acabou faz anos já, eu até casado estou, com uma família linda — sorri lembrando dos meus amores.
— qual é Luan? Você nunca fez a linha homem de família. 
— eu conheci o amor Eduarda, ele muda as pessoas e me fez se tornar homem de família. Tenho uma esposa maravilhosa e dois filhos que são o presente mais que lindos que podia ganhar. 
— até mesmo a problemática  da sua filha? 
— respeita minha filha sua suja — revirei os olhos.
— me poupe Luan — ela se deitou na cama me olhando — a quanto tempo você não transa? 1 ano? — ela se sentou na cama — que decadência. 
— minha vida particular não te diz a respeito, aliás — abri a porta — sai por favor! 
— poxa cantor — ela se sentou na cama — vem aqui, vamos lembrar dos velhos tempos.
— qual parte do eu sou casado, amo minha mulher, meus filhos, você não entendeu? — estava começando a ficar sem paciência. 
— uma mulher que não transa com você a 1 ano — revirei os olhos, não tinha tanto tempo assim, 1 semana talvez. — um pirralho, de 3 anos, que deve te infernizar quando chega das viagens cansado, e uma problemática, a criança não tem nem 1 ano, e já dá trabalho para os pais, imagina quando ...
— some daqui e agora! Não vou aceitar você falando assim da minha família — já estava alterado, cadê o Negão quando se precisa?! 
— não fica bravo amor — ela se levantou vindo até mim — é só a realidade — tento passar as mãos em meu rosto mas eu não deixei.
— não sei como pude te dar corda para escutar essas merdas que você fala — revirei os olhos — vaza daqui — apontei para porta que continua aberta. 
— não quero ir amorzinho.
— você não tem escolhas cacete, ou some daqui, ou eu chamo os seguranças, vai ficar lindo para uma pessoa pública como você — revirei os olhos. 
— não se preocupa benzinho — ela beijou meu rosto — até algum dia — saiu do quarto rebolando e eu bati a porta com uma certa força. 
— tá louco em? Pelo amor de Deus! — me joguei na cama, encarnado o teto. Era cada louca que me aparecia. 
—  Luan? Borá comer? 
— borá cara, deixa eu pegar meu celular aqui. — peguei meu celular sobre a mesinha, e notei que tinha 10 chamadas do número da Melissa, e mais 7 da minha mãe. — uai — me preocupei e logo retornei para minha esposa. No 3º toque ela atendeu. — oi meu bem. 
— Luan — sabia que ela chorava — vem pra cá, por favor. 
Luan: se acalma Mel, me conta o que está acontecendo. 
— a Nick amor — seu choro era forte, aquilo me cortava o coração.
— o que tem nossa pequena? 
— ela, ela — escutei minha mãe falando com ela no fundo.
— filho. — sua voz era uma mistura de espanto e preocupação. 
— mãe pelo amor de Deus, o que está acontecendo? 
— a Nick, filho — ela suspirou — foi levada para a UTI Pediátrica — senti meu ar faltar, minha pequena, pelo amor que tens por mim, meu Deus. — ela está com pneumonia, e diagnosticaram também brocoespamos e o hemograma da pequena estava muito alterado. — engoli seco, eu precisava voltar para São Paulo, e agora. 
— eu vou cancelar o show aqui, e já vou pra aí — desliguei o celular, e corri até o quarto ao lado que era o de Rober. — Rober cara, pelo amor de Deus — senti meus olhos queimarem — eu preciso ir para São Paulo.
— pirou foi? Você tem show daqui algumas horas. 
— você precisa me ajudar testa — sequei as lágrimas que insistiram em cair, o que fez Roberval se assustar.
— o que aconteceu cara? Algo com a Melissa? 
— minha pequena testa, minha Nicole. 
— pelo amor de Deus cara, o que houve? Nunca te vi assim.
— eu preciso ir pra São Paulo. — me dei conta que se ficasse ali conversando não viraria nada, voltei para meu quarto, pegando tudo minhas coisas e jogando dentro da mala que havia trago.
— Luan se acalma cara, eu vou falar com a Arleyde. 
— vai falar ainda? Você já devia ter falado Roberval, pelo amor de Deus, eu preciso voltar para São Paulo, eu ....
— se acalma cara — ele me sentou à força na cama — me conta o que está acontecendo. — expliquei em poucas palavras, e o mesmo saiu dali preocupado. Não deu 5 minutos, e Wellington entrou no quarto. 
— Borá patrão? 
— Luan, a Lele disse pra você cantar nem que seja umas 10 musicas, pra não dá quebra de contrato. 
—  Eu estou pouco me importando com quebra de contrato Roberval, mais que merda! Minha filha se encontra numa UTI, e vocês querem que eu faça um show? Eu não tenho cabeça pra show nenhum Roberval! 
— Não precisa ser estupido também cara! 
— claro que precisa — revirei os olhos respirando fundo — Negão, liga pro piloto, diz que vamos voltar pra São Paulo. — peguei minha mala — e você, Roberval — o olhei — manda a Arleyde pra casa do caralho se ela não entender também. 
— Luan, não é assim cara! Temos compromisso! 
— maior do que minha filha naquele maldito hospital não é, marca outro em alguma data próxima, no meu dia de folga, não me importo, eu vou pra São Paulo. — sai do quarto e o deixe lá, que se dane tudo também, minha mulher precisava de mim, minha família era mais importante que tudo, e todos nesse mundo. 
— vai ficar tudo bem patrão — Wellington estava comigo dentro daquele táxi, em quanto seguíamos até o aeroporto. 
— eu espero — suspirei colocando meu rosto entre as mãos, e deixei que minhas lágrimas caíssem, não queria pessimismo, mas já esperava pelo pior. 
— Quer algo pra comer? Eu vou lá buscar em quanto você vai para o avião. 
— não cara, eu só quero minha casa — peguei o remédio no bolso da michola para pingar no nariz. 
Quanta tortura, do Rio para São Paulo não era uma viajem longa, mas meus pensamentos me torturavam, a única paz que encontrava era quando pedia para Deus cuidar da nossa menina, sabia que pneumonia era uma coisa grave, ainda mais para uma criança especial, igual à minha filha. 

Narrado por Melissa.

— Melissa querida, levanta dai, não vai adiantar nada. — estava sentada no chão frio daquele enorme hospital, aquela maldita porta impedia que eu ficasse com minha filha, mas não sairia dali até obter notícias, ela havia sido levada para uma ala que me amedrontava e tanto. 
— não sogra — funguei — eu quero entrar lá com a minha pequena, ela é muito indefesa, vão machuca-la, não vão cuidar dela como a merece — me levantei.
— a doutora já não disse que você só vai poder vê-la no horário de visitar amanhã, vem, vamos pra lá, Luan ligou, disse que está chegando. — ela me levou até a sala de espera — querida, estou ficando preocupada com você, não comeu nada, quer que eu vá buscar algo? 
— não se preocupa sogra — fui até o bebedouro pegando um copo de água.
— Memis — Bruna apontou na porta do corretor e veio até nós. — como então as coisas por aqui. 
— difíceis — suspirei. O tempo ali era torturante, o clima frio dali me causava arrepios, e eu me peguei pensando na minha filha, e me vi chorando novamente.
— chora querida, se alivia — ela se levantou — vou buscar algo para ela comer. 
— eu fico aqui — Bruna sorriu forçada, e se sentou ao meu lado passando a mão em meus cabelos.
— amor — Luan apareceu pouco assustado ali, e mesmo chorando eu corri o abraçar. 
— aí Luan — soluçava, uma parte boa era que agora eu estava em seus braços, e ele me daria paz. 
— não fique assim querida, por favor, eu odeio vê-la assim. 
— nossa menina, ela é tão novinha, e já sofre tanto, e eu sei que é culpa minha. 
— claro que não amor, são os planos de Deus — ele beijou minha cabeça. 
— se eu não tivesse feito o que fiz antes — o olhei, e sabia que ele havia chorado. Seus olhos negros(e vesgos 😂💁🏼) o denunciava. — aí amor, se eu tivesse a aceitado antes — as lágrimas caia como chuvas de verão, frequente e dolorosa a alguns pontos de vistas. — Deus deve está me castigando, eu sei que mereço, mas preferia eu ali, ou morta ...
— não diga besteiras por favor — ele selou nossos lábios em um beijo rápido — na alegria e na tristeza, na saúde e da doença, lembra? — ele tentou secar um pouco de minhas lágrimas, o que era em vão, e eu o abracei forte, afundando meu rosto em seu peito. 
Suspirei fundo, na tentativa de sentir o seu perfume, mas acabei sentindo um perfume doce, fragrância feminina. 212, eu o conhecia. 
— am, querido — o olhei com os olhos cheios de lágrimas — você encontrou com alguém? 
— eu? — ele começou a nuca. — na... Não. 
— não minta para mim — a lágrima escorreu de meus olhos e eu as limpei — você encontrou quem? 
— não fiquei assim — ele fez carinho em meu rosto — aqui não é local, depois conversamos disso.
— só não minta pra mim — encostei novamente a cabeça em seu peito — e não me abandone, por favor, eu preciso tanto de você. 
— eu não posso, não quero, e nem vou querida. Eu te amo. 

Notas da autora.

A Luan, mal você sabe o quanto você a acalma. O porto seguro, a calmaria depois de uma longa chuva. Nicole, tão pequena, por que sofrer tanto? Ninguém sabe, mas você só vai mostrar o quando Luan e Melissa se amam, o quanto eles são fortes. 
 - Natália de Andrade. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Capítulo 5 - Medo atoa.


Narrado por Luan.

— boi é a última.  — O olhei através do espelho e Roberval estava parado na porta. 
Luan: pode mandar entrar — terminei de arrumar meu cabelo, e fui até o local de atendimento. 
— vai entrar! — Ângelo deixou somente a cabeça na porta — se acalma — pude escutar sua voz abafada pela porta, e logo após uma loira, dos olhos claro entrou.
— oi neguinha — sorri, e ela veio me abraçar, e logo sua mãe entrou. 
— Luan — ela sorriu e me abraçou emocionada. — fala com ele filha. 
— eu amo você — a pequena, ainda abraçando comigo beijou minha face. 
— eu que amo você — sorri, e beijei sua testa. 
— foto por favor. — primeiro tirei uma somente com a pequena, e depois uma junto de sua mãe. 
— obrigada Luan — ela já não segurava mais as lágrimas — me sinto tão bem em vê-la assim, esse sorriso é a melhor coisa que existe. — não me contive e soltei algumas lágrimas.
— me desculpe — sorri sem graça e as sequei — quantos anos ela tem? 
— eu tenho assim — ela mostrou os 8 anos em suas mãos — tia Gabi diz que é oito. 
— que inteligente — sorri e a abracei. 
— tenho acompanhado algumas notícias sobre você, é bom, ter uma filha com síndrome de Down é a melhor benção que existe, quando soube que estava grávida da Manu, morri de medo, meu noivo estava terminando a faculdade, e eu afim de começar a trabalhar, não foi nada planejado. — ela fez uma pausa emocianada, e eu não estava de outro jeito — eu descobri que Manu tinha síndrome de Down com 7 meses de gestação. Isso só me fortaleceu, sabe? — notei todos ali emocionados — até hoje estou com Eduardo, e cuidamos da nossa pequena. 
— eu ... Eu .... — não havia palavras.
— no começo é difícil, mas você se acostuma. Quando Manuella tinha 2 anos e meio, decidimos começar a estimula-la, e foi uma das melhores coisas que fizemos. 
— minha filha já passa por essas estimulações — tentei secar minhas lágrimas. 
— vai ser muito bom — ela secou suas lágrimas — mas não precisa chorar, com o tempo você vai ver o quanto abençoada você será por ter uma criança tão especial, iguais às que são portadoras. — ela sorriu e abraçou a filha.
— ela já mostra ser especial — sorri e abracei as duas — obrigada tá? 
—  aí, nem vimos o tempo passar — Arleyde sorriu limpando suas lágrimas — você precisa se aquecer Luan. 
— eu já vou Lelá — beijei a testa de Manuela. — gostei muito de te conhecer, tá? 
— eu também, você é igual o da foto.
— ele é o da foto filha — rimos — até algum dia Luan.
— até — sorri e as vi sai junto de formigão, que por mandato meu, as colocariam em frente ao palco. 
— que história em boi? 
— tão bonita, espero poder contar sobre a minha pequena lá na frente. 
— você junto da Mel poderão boi, mas depois, aquele essa voz aí, que a Arleyde vai me matar. — rimos e eu fui aquecer minha voz para fazer o que sabia de melhor depois de amar minha família e meus fãs. 
O show havia sido maravilhoso, em quanto cantava garotas não merecem chorar, chamei Manuela para cantar comigo, o que nos deixou bem feliz. 
— Borá pra Minas Gerais? 
— Borá! — sorri em quanto postava uma foto minha e de Manuela em cima do palco agradecendo o público maravilhoso do interior de São Paulo. 

(...) 

Havia chego pela manhã, e novamente Melissa não estava em casa, Sônia me disse que a mesma saiu um pouco apressada.
— oi amorzinho do papai — peguei Nicole, que ameaço sorrir banguela — coisa gostosa — a enchi de beijos. 
— Luan, está com fome? Quer que eu prepare algo para você comer? 
— faz um lanche pra mim So por favor. 
— já venho. — ela seguiu até a cozinha. 
— e você gordinha? Está com fome? Em? — ela tentou resmungar e ri.
— Luan, já está na hora do leite dela. — Lígia apareceu ali segurando a mamadeira de Nicole. 
— me dá ai que eu dou pra ela.
—  aqui — ela me entregou a mamadeira. — vou pegar a toalhinha dela. — ela foi até o carrinho e pegou a toalha que estava sob o mesmo. 
— você quer é? — ameaçava perto da boca dela, e na hora que ela abria eu tirava vendo ela resmungar — eita brabeza — ri e peguei a toalhinha colocando em seu colo, e dei o leite para a mesma. — que fome papai — sorri. É, eu a amava tanto. 

Narrado por Melissa.

Cheguei em casa um pouco apressada, já se passava das 11:30, eu precisava de um banho, estava toda soada. 
— Uai amor — sorri surpresa — chegou cedo. — fui até o mesmo que estava deitado com Nicole em seu peito e selei nosso lábios. 
— onde você estava? 
—  eu ... Eu — fiquei perdida, sabia que ele precisava da verdade, mas eu tinha medo dele achar que estava ficando louca. — estava na academia. — falar que havia voltado a dançar não teria problema. 
— voltou a malhar? 
— voltei a dançar — ele me olhou surpreso. 
— isso é ótimo querida — ele parecia feliz. 
— me sinto bem — suspirei — preciso de um banho, já venho. — passei minha mão no cabelo da minha pequena antes de subir para tomar um banho. 
— vamos buscar o Breno? Aí aproveitamos pra ir tomar um sorvete, não sei. — era tarde, Luan estava prestes a ligar o carro, pois havíamos acabado de sair da estimulação que Nicole vinha fazendo. 
— não vai ter problema? — o olhei com receio. 
— tomamos cuidado, por favor. Sinto falta de falta de sair com vocês. — fiquei com pena, Luan passava mais tempo nas estradas, e quando estava por aqui não podíamos sair com medo de tumulto. 
— vamos — ele sorriu feliz e beijou minha mão, ligando o carro para irmos até o colégio do nosso menino. 

Narrado por Luan.

— não é pra dar sorvete pra ela, entendeu Luan? 
— claro muié — ela se levantou e foi até o banheiro, Breno riu sapeca após ver a mãe sumir de vista.
— papai, a Nini quer — Nicole olhava atenta o sorvete do irmão.
— sua mãe disse que não filho — ri do seu jeito. 
— mas ela vai ficar com vontade papai — ri e tirei Nicole do bebê conforto, a sentando em meu colo. 
— você quer filha? — ela ainda olhava o sorvete atenta — vamos dá pra ela tá? — olhei para o Breno que concordou sorrindo — mas a mamãe não pode saber. 
—  segredinho nosso, não é Ni?? — peguei uma pequena quantidade de sorvete de chocolate de Breno. 
— fica de olho aí cara, se sua mãe estiver vindo, você avisa. 
— tá — ele sorriu animado, olhei para a porta do banheiro, e não havia nenhum sinal da Melissa. 
— confio em você cara — ri levando a colher de sorvete até a boca da minha pequena. — gostoso papai?! — ela parecia gostar, ficou olhando para a colher e eu fiquei com dó, e peguei mais um pouco. 
— papai a... 
— ela quer mais né papai? É a última, se não sua mãe me ...
— eu o que Luan? 
— nada amor — sorri nervoso olhando para trás, ela parecia brava. Levei a colher de sorvete que estava em minha mão, até a boca — amo sorvete de chocolate.
— você não sabe nem ser mentiroso Luan Rafael! — ela se sentiu tirando Nicole de meu colo, e limpou a boca da mesma que tinha um pouco de sorvete. 
— opa — sorri sem graça e olhei para Breno. — Po cara, você disse que ia avisar. 
— eu tentei papai, mas você não me escuta — ele se mostrou chateado. 
— tá cara, desculpa — terminei de tomar meu sorvete. 
— você não tem nem vergonha nessa sua cara Luan Rafael, impressionate isso.  — joguei beijo para a mesma rindo. Me sentia tão bem com a minha família, por mim repetiria isso sempre, mas era complicado por eu ser uma pessoa pública.  
— amor, leva minha bolsa para dentro por favor? Vou na frente pra dar banho nas crianças. — ela saiu um pouco apressada com Nicole em seu colo, e tentava segurar a mão de Breno, que estava todo sujo de sorvete. 
—  larga tudo bagunçado — olhei a bolsa toda aberta sobre o banco — depois reclama de mim — a peguei saindo do carro. — eita fuba, como tudo isso cabe aí dentro? — havia derrubado a bolsa no chão, me agachei para pegar suas coisas e as depositei de novo em sua bolsa. 
— amor, deixei as crianças com a Lígia lá em cima, estou indo até o supermercado e já venho, tudo bem? 
— tudo — sorri jogado no sofá — traga bolachas para mim. 
— depois reclama que engorda — revirou os olhos e eu fiz o mesmo, e logo ela saiu indo até o supermercado. 
Estava prestando a atenção em um jogo de futebol qualquer que passava, quando o celular da minha esposa tocou dentro da bolsa ao meu lado. 
— que susto — fui pega-lo para atende-lo — Alô? 
— boa tarde, aqui é do consultório da doutora Joice, só liguei para avisar a senhoria Melissa, que a consulta dela foi marcada das 8:00 para as 9:30, já que a Doutora vai ter um atraso. Teria como avisa-la? 
—claro — achei aquilo estranho, Mel não havia comentado nada comigo sobre isso. 
— obrigada — a ligação se encerrou e eu me sentei no sofá. 
— quem será essa doutora Joice? — peguei meu celular afim de procurar na internet, já que estava assim hoje em dia, não seria difícil acha-la. E não foi, doutora Joice era uma psicóloga e terapeuta bem conhecida aqui em São Paulo. Uma das melhores, de acordo com relatos que li. Me senti confuso, não entendia o motivo dela não ter me contado isso, eu poderia a ajudar, iria apoiar, mas ela resolver fazer tudo escondida.
— ainda está aí? — ela entrou na sala com algumas sacolas, mas logo seguiu até a cozinha. — vou colocar suas bolachas no lugar de sempre e ...
— ligaram pra você, no seu celular. 
— você atendeu? Quem era? — ela continua de costas guardando as coisas no armário. 
— era do consultório da doutora Joice. — respirei fundo — avisaram que sua consulta foi marcada para as 9:30, que a doutora terá um atraso. 
— am, é, obrigada. — ela, agora virada para mim, estava com os olhos mais grandes do que o normal. 
— terapia ou psicóloga Melissa? 
— Luan eu ...
— só me responde, você faz terapia ou psicóloga? 
— psicóloga — ela abaixou a cabeça — mas não — a interrompo novamente.
— por que não me contou? 
S/n: tive medo de você achar que ...
— medo Melissa? Medo de que? Eu iria te ajudar, você é minha esposa, meu papel é ficar ao seu lado. 
— eu ia te contar, mas não queria que você pensasse que eu tinha algo sério. 
— a quanto tempo isso? — respirei fundo , fechando os olhos.
— não tem 1 mês — ela mexia os dedos.
— O que custava me falar? 
—  não queria que você achasse que tenho algum problema. 
— e você tem? 
— não .
— Melissa, olhe para mim — segurei seu rosto — me diga a verdade. 
— eu estou bem amor — ela me beijou. Correspondi, claro, mas com uma certa dúvida, eu saberia a verdade. Melissa não procuraria ajuda se não fosse algo mais sério. 

Notas da autora. 

Mal Melissa sabia que sua ajuda estaria em casa. Seu porto seguro, seu lar, sua vida, era o seu amor. Ele mesmo, Luan Rafael, como a mesma dizia quando estava brava. Ele cuidaria dela, até mesmo nos dias mais difíceis. 
 - Natália de Andrade. 

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Capítulo 4 - um cromossomo extra.


Narrado por Melissa.


Na segunda semana seguinte era aniversário de Breno que completaria seu 3º ano de vida. Não estava em clima de festa, mas Luan junto de Breno insistiram tanto para que fizemos algo, que acabei cedendo. 
— aí meu Deus, como ela está linda — minha sogra entrou no quarto em que estava com Nicole, procurando alguma da suas faixinha para colocar em seus cabelos. — posso pega-la? 
— claro — sorri sem mostrar os dentes — vou ver como está o Breno. — Segui até o quarto do meu pequeno, e ele estava ali, com os cabelos igual ao do pai, usando uma camiseta polo vermelha, é uma calça jeans escura, e um coturno também escuto — que lindo.
— estou igual ao papai, mamãe — ele sorria feliz. 
— está mesmo — fui até o mesmo e o pegue — vamos, seus avós querem te ver. 
Desci as escadas com o mesmo, Dona Marizete estava com Nicole em seu colo, e Luan ao lado do pai. — oi pessoal. — disse o mesmo descendo de meu colo.
— olha o aniversariante aí. — seu Amarildo veio até o pequeno, e o pegou no colo — está crescendo em? 
— viu vovô? Papai disse que eu já posso cuidar da mamãe e da Nick quando ele for viajar. 
— aí que coisa linda da vovó — dona Mari se aproximou do mesmo beijando seu rosto. — parabéns querido. 
— obrigada vovó — ele beijou o rosto dela — Nini — ele pegou a mãozinha da irmã. 
— amor — o olhei — será que podemos conversar? 
— claro — o segui até o escritório. — pode falar.
Luan: estive conversando com Arleyde, ela disse para postarmos uma foto de Nicole para as pessoas conhecê-las.
— Luan... 
— não precisa de medo — ele me abraçou — estamos juntos nessa. 
— eu sei — nos beijamos com carinho, coloquei ali todo amor que sentia por ele, e sabia que seria retribuída a altura. 
— posso postar? 
— am — fiz uma pausa — pode — suspirei. 
O vi tirar o celular do bolso e digitar algo. 
— o mundo conhece a nossa pequena agora. — ele beijou minha testa, e me entregou seu celular. 

" luansantana : Aqui está a minha garotinha, Nicole. Ela tem quatro meses de idade, duas pernas, dois braços e um cromossomo extra." 

Confesso que me emocionei com a legenda, eu precisava acordar para a vida e ver que minha filha era uma criança como qualquer outra, mas com um cromossomo a mais. 
— vamos? — passei a mão em meu rosto — não fiquei assim querida. 
— eu estou bem, preciso retocar minha maquiagem, já venho. 
A família inteira já se encontrava presente ali no lugar de evento do condomínio, Nicole passava de colo em colo, e Luan a seguia com medo de que acontecesse algo. Se ela fosse normal, talvez não tivesse esse problema. Suspirei.
— querida, você está mais magra. — sinto isso como um elogio — ri sem humor e a abracei. 
— está com uma expressão triste, o que houve? — papai perguntou em quanto bebia um gole de sua cerveja. 
— nada que tenham que se preocupar — olhei Luan que tinha Nicole chorando em seu colo. — vou até o Luan, com licença. — fui até meu marido, e peguei Nicole de seus braços. — o que foi  mamãe? 
— sua tia Verônica é meio louca amor — ri — ficou apertando a menina, até ela chorar. 
— ela fazia isso comigo quando pequena. — peguei a toalhinha que estava nas mãos do Luan, e passei com cuidado no rosto da minha pequena. — O mamãe, tia Verônica só judia. 
— Mãe, o mãe, mãe — Olhei para o mesmo — onde eu deixo meu tênis? Não dá pra pular com ele, né? 
— dá para seu pai — ele entregou para o mesmo e já ia sair correndo — espera aí mocinho, não vai se sujar, você precisa tirar fotos ainda. 
— de novo mamãe? 
— de novo sim — Luan riu. 
— vem Bre, vamos pular — Arthur, filho do meu irmão e meu afilhado, veio correndo e o arrastou dali. 
— vem, vamos lá com o pessoal. — fomos até nossos amigos que estavam próximos. — e aí .
— aí meu Deus — Sofia veio correndo até mim — como ela é linda. — ela tirou dos meus braços.
— ela parece uma boneca. — Joana falou animada, e sabia que era a cerveja que a mesma bebia, sorri. 
— minha cara né? 
Marquinhos: I boi, ou a menina é bonita, ou se parece com você, os dois não dá cara! 
— fica quieto aí — Luan revirou os olhos batendo no boné do amigo. 
Por nossa família, nossa pequena havia sido aceita bem, mas o problema era e o resto das pessoas? Meu corpo tremia inteiro só de pensar na possibilidade de minha filha sofrer algo por ser portadora da síndrome de Down. 

Narrado por Luan.


Mel se retirou com Nicole dali, indo até minha mãe, as duas pareciam conversar. 
— ela anda diferente. 
— está sendo difícil pra ela né?! — suspirei passando a mão em meu pescoço. 
— é complicado — sorri forçado — mas não quero falar disso.
— tudo bem, desculpa. — sorri fechando no sinal de "tudo certo".
— oi oi — Bruna chegou animada e cumprimentou todos e logo me abraçou. — Saudades pi. 
— como você tá? — beijei seu rosto. 
— estou bem — ela sorriu — e você? Cadê a Mel? 
— estou bem, Melissa esta lá com a mãe. 
— vou até lá para ver a Nicole. — ela sorriu e foi até minha mulher que estava ao lado da minha mãe. 

(...)

Os dias haviam se passado rápido, Melissa havia ficado diferente. Ela começou a sair todas as manhãs, e pela tarde ia até o hospital acompanhar Nicole. Não, eu não seria louco de suspeitar que ela me trairia, ela não seria capaz, nós nos amamos de mais. 
— você já vai? — Melissa entrou e eu estava pegando minhas malas no quarto.
— já — a olhei — onde estava? 
— am — ela engoliu seco — eu fui ao supermercado. 
— tem ido ao supermercado toda manhã pelo visto. 
— precisa de algo? — ela mudou de assunto. 
— não, Dona Sônia me ajudou a arrumar minhas malas.
— me desculpa, eu — a interrompi
 — tudo bem — suspiro e vou até a mesma beijando sua testa. 
  
Narrado por Melissa.

Tinha medo de preocupar Luan, de sobrecarrega-lo com os meus problemas, ele já tinha os deles, omitir as cosias que vinham acontecendo seria melhor. 
— até segunda meu bem. — selei nossos lábios, em quanto a van estava em frente casa. 
— até morena —fiz sinal da cruz em sua testa. 
— espera papai — olhamos e Breno vinha com Lígia, a babá, já que ela havia ido o buscar na escola.  — tchau papai, não demora. — ele pulou no colo do pai, é eu os amava.
— cuida delas em campeão? 
— pode deixar papai. — ele desceu do colo do pai, vindo até mim. Luan pegou Nicole de meu colo. 
— e você pequena?! Papai te ama — ele beijou as bochechas gordas de Nicole antes de entrega-lá para mim. — amo vocês.
— a gente também te ama — sorri e o beijei novamente — vai com Deus. 
— fica com ele. — ele beijou minha testa e foi até a van, onde os meninos o aguardava. 

Notas da autora. 

Aquele único cromossomo a mais a diferenciava, aquele maldito único cromossomo. Será que podemos pensar assim? Aquele cromossomo extra veio para torná-la única. 
Espero que tenham gostado, estou adorando contar a história de uma pessoa tão querida, mas acrescentando coisas pensadas por mim. Obrigada a todos que estão me acompanhando.  
 - Natália de Andrade.