segunda-feira, 21 de março de 2016

Capítulo 12 - O amor não se conta cromossomos.


Narrado por Luan.

— Já estou cheia papai — Sorri passando a toalhinha na boca de Nicole.
— Papai, papai — Breno chamou minha atenção — Posso mudar o canal? 
— Pode — ri e beijei as bochechas de Nicole. — Gordinha. 
— Bom dia — Melissa descia as escadas sorridente com o buquê de flores azuis em mãos. Eu havia o deixado junto de uma foto nossa sob o criado-mudo. 
— Bom dia querida — Ela veio até mim e selou nossos lábios em um beijou. 
— Bom dia Nini — Ela beijou o topo da cabeça da pequena que sorriu banguela. 
— Minha mãe ligou mais cedo, nos chamou para almoçar lá, e eu aceitei, tudo bem? — A encarei em quando ajeitava Nicole em cima da mim.
— Tudo, vocês já tomaram café? 
— Já mamãe — Breno disse sorridente — mas posso tomar um Danoninho? 
— Vem cá — Ela riu e foi para cozinha acompanhada. 
Nicole parecia atenta com a TV, sorria para os porquinhos rosas que prendiam sua atenção. 
— Seu Luan? — Ligia chamou-me e eu a repreendi com o olhar. Não gostava que tratavam com tanta formalidade, ela trabalhava comigo a mais de 2 anos, já a considerava da família. — Desculpe — Ela sorriu sem graça.
— Não me chame assim — Fiz careta — Me sinto velho! 
— Tudo bem, mas, Juliana quer falar com o você — Ela me estendeu o telefone.
— Fala Ju — passei as mãos nos cabelos pretos da minha pequena. 
— Luan, será que você poderia vir até aqui? 
— Na minha folga Ju — bufei. 
— É importante — ela parecia nervosa. 
— Tudo bem, vou me troca e já chego aí. 


Narrado por Melissa.


Luan saiu de casa dizendo que ia para o escritório, fiquei com as crianças que assistiam Peppa pig, me ignorando por completo.
— Vamos tomar banho? — Passei as mãos nos cabelos de Breno, que murmurou mas não tirou os olhos da TV. — Vem, você tem que ir para a escola.
— Não quero mamãe — Ele fez bico, porém se levantou e subiu as escadas. 
— Lígia, fique de olho em Nicole por favor. — Ela concordou com a cabeça, e eu fui atrás de Breno. 
— Queria ficar assistindo — Ele parecia emburrado. 
— Mas você não quer ir ver a Aninha? 
— Tudo bem vai — Ele tirou a cueca e entrou no banheiro me arrancando risadas. 
— Você é igualzinho seu pai Breno, igualzinho mesmo — sorri em quando lavava deus cabelos escuros. 
— Então sou lindão, não é mamãe?
— O mais lindo do mundo. 

(...)

Luan entrou em casa pelo final da tarde, sua aparência era de irritação e um misto de tristeza. 

— Aconteceu algo? 
— Anh? 
— Está tudo bem? 
— Está, está sim — ele suspirou — Desculpa por não ter vindo na hora do almoço para irmos nos meus pais, fiquei resolvendo algumas coisas com a Juliana.
— Tudo bem amor — Me levantei do sofá e atrás do mesmo na cozinha. — Você está estranho. 
— São alguns problemas. — Ele sorriu forçado.
— Quer me contar? 
— Eu — ele suspirou — Preciso resolver isso.
— Tudo bem — beijei seu rosto. — Seja o que for, não fique tenso. 
— Vou tentar — ele sorriu forçado e grudou nossos lábios em um logo selinho.
— Eu vou tomar banho, a qualquer momento o Breno chega, de algo para ele comer — Ia subindo as escadas — Mas não porcarias.
— Pode deixar. — Ele riu pelo nariz.  Deveria ser algo grave para o deixar assim. 

 
Narrado por Luan.


Passei as mãos no rosto atordoado, me sentia incomodado, porém não poderia fazer nada sem antes comunicar Melissa, ela iria surtar, eu sentia isso. 
— Por que não me contou? — Me assustei com ela vindo do quarto com os olhos inundados.
— Amor não liga pra isso, é bobeira.
— Não Luan! — Ela estava nervosa, a todo momento levava as mãos na cabeça, e eu, bom eu abria a boca na tentativa de dizer algo. 
— Eu — ela me interrompeu. 
— Eu já vi o que você postou — Ela suspirou fundo — Eu, eu .... — ela se jogou no sofá e permitiu-se cair em choro. 
— Não fica assim querida, por favor — Engoli o choro que prendia em minha garganta, e fui abraçá-la. Ela sempre precisaria de mim, assim como eu precisarei dela.
— Eu queria entender o por que — Seu choro era doloroso, igual a quando Nicole ficava internada. 
— Soso — Gritei e a mesma apareceu na sala correndo. — O que houve? 
— Pega um copo de água por favor — Suspirei pesado, e passei minhas mãos no rosto da minha mulher — Se acalma, por favor, não fiquei assim. 

Narrado por Melissa. 


— Ela , ela — Respirei fundo em quanto as mãos gordinhas de Luan passavam pelo meu rosto. — ela não tem nem um ano, e as pessoas já a julgam assim, imagina mais pra frente? — Senti o choro querer voltar.
— Não ligue para isso amor — ele beijou o topo da minha cabeça — Vamos postar algo para mostrar o quando a amamos, e o quando ela e o Breno são importantes para nós. — Ele se levantou e foi buscar o celular. Sabia que Juliana havia conversado com ele sobre isso. 
— Está tudo bem, Mel? 
— Está Soso — Engoli meu choro, e joguei a cabeça para trás — Eu queria tanto que ela fosse feliz, e que não passasse por coisas desse tipo — As lágrimas insistiram em sair e eu as permiti — Ela é uma criança, minha bebê, tem meses, mas parece que a sociedade sempre tão preconceituosa. 
— Fiquei assim, eu não queria, eu... — O interrompi. 
— A culpa não é sua — Suspirei pesado, e fechei meus olhos, porém, logo senti o sofá se afundar ao meu lado. 
— Eu postei no meu Instagram — Abri apenas um olho e o olhei, ele tinha um sorriso nervoso nos lábios. 


" @luansantana: Porque o amor não se conta os cromossomos. São 47 deles, e infinitas possibilidades."

— Eu amo você — sorri emocianada após ver e ler o que haviam postado, selei nossos lábios em selinhos longos. 


Narrado por Luan. 


— Luan? — Lígia abriu a porta do escritório segurando um buquê de rosas amarelas.
— Obrigada Lí. — Sorri forçado e peguei o buquê de suas mãos. 
— Flores de novo papai? — Breno entrou ali segurando um de seus carrinhos.
— Eu gosto de fazer a mamãe feliz — Sorri para ele que me olhou feliz.
— Me deixa entregar? Ela parecia triste — Ele veio até mim, e deixou seu carrinho sobre a mesa.
— Deixo — Dei o buquê em suas mãos e saímos dali indo para o meu quarto. 

Narrado por Melissa.


— Mamãe? — Sai dos meus devaneios e olhei Breno entrando no quarto com um lindo buquê de rosas amarelas.
— São lindas — Sorri e peguei de seus braços. Olhei para porta e Luan sorria.
Já haviam se passado 2 semana desde que ele havia começado com isso, e pelo que pude perceber a cada semana as cores mudavam. Semana passada haviam sido rosas vermelhas, tradicionais e hoje eram amarelas. Queria saber aonde ele as arrumavam, já que era quase impossível encontrar tantas diversidades de cores assim. 
— Amo você. — Ele se aproximou e me abraçou. — Eu prometo que vou fazer o possível e o impossível para ficar tudo bem.
— Eu vou acreditar em você. — Sussurrei próxima a seu ouvido. 

Notas da autora. 

Ser diferente é ser normal. O número de cromossomos não interfere no tamanho do amor. 
E foi assim, dia 21 de março de 2013, logo após um relato maravilhoso de uma das pessoas que mais me ajudaram, eu percebi que ter síndrome de down não te faz diferente de ninguém.
Então vem aqui, dia 21 de março, dia internacional da Síndrome de Down, trago um capítulo onde Nicole é julgada por ser cromossomos a mais. Porém, Luan e Melissa a amam. Até o próximo. 
  – Natália de Andrade. 

quinta-feira, 17 de março de 2016

Capítulo 11 - Romântico anônimo.

Narrado por Melissa.

Os dias haviam se passado, normalmente eles vinham passando rápido de mais. Nicole já estava em casa para a alegria de toda família, porém era restrito às pessoas que pudessem vê-la, por recomendações médicas, seguíamos tudo de acordo com que o mesmo havia pedido, e eu poderia jurar que minha pequena começava a apresentar melhoras.
— Amor, não dá pra você ir buscar o Breno? — Estranhei o seu pedido, normalmente Lígia o buscaria. — Lígia foi pra casa mais cedo, e eu tenho que tomar banho e ir pro estúdio. — Ele se explicou.
— Tudo bem — Terminei de passar álcool em gel nas mãos, e segui até o banheiro afim de me trocar.
— Você está linda — Levantei minha cabeça e o olhei. Luan sorria lindamente, o que me fez sorrir junto, eu tinha o melhor marido, que acabava sendo meu melhor amigo, meu porto seguro. — Eu amo você. 
— O que você aprontou? — Ri baixinho e ele fez bico. 
— Além de quebrar uma base sua — O fuzilei com os olhos — Brincadeira — ele riu e veio até mim me abraçando por trás — Eu só me vi na necessidade de dizer o quanto eu te amo, e o quando você é importante para mim. 
— Você me faz tão bem — sorri e acariciei seus braços. 
— Você é uma das melhores coisas que já me aconteceu — Ele deixou um beijo no topo da minha cabeça — Agora vai lá, Breno vai achar que o esquecemos. 
— Tudo bem — ri e peguei minha bolsa sob a cama. O olhei em quando encostava a porta do quarto e o mesmo jogou um beijo me fazendo rir. Suspirei descendo as escadas, A Luan, como eu te amo. 
— O que ... — Sorri ao pegar o buquê que de rosas azuis, ele me conhecia tão bem. — Seu romântico anônimo — Senti meus olhos se encherem de lágrimas, ultimamente eu me encontrava sensível de mais. Olhei em direção a grande janela da sala, e Luan tentava se esconder ali. Bobo, o meu bobo. Coloquei as flores no banco do carona, e fui até a escola de Breno que não era tão longe dali, porém iria ao supermercado.


Narrado por Luan. 

Alguns dias antes.
— Eu preciso fazer algo — encarei meus dedos, em quanto Fernandinho, Soroca e Dudu estavam sentados virados para a mim, afim de me ajudar. 
— Ela te ama cara. 
— Eu sei Soroca — Suspirei jogando minha cabeça para trás — Mas estamos tão distantes, entende? — Ele fez que não com a cabeça — Com as coisas que vem acontecendo com Nicole nos distanciamos, não temos mais tempo para nada, só para ir pro hospital, voltar pra casa, dormir, ir para o hospital de novo, voltar pra casa mais uma vez, ir fazer show, voltar e fazer as mesmas coisas. — Ajeitei meus cabelos em sinal de desconforto — Não sei por quanto tempo vou aguentar isso, e não vai ser por falta de amor.
— Qual é Luan — Fernandinho chamou minha atenção — Sei que não é fácil, mas vocês precisam de um do outro — Dudu concordou. 
— Então boi, por que você não faz algo pra ela? — Dudu deu a ideia — Melissa sempre gostou de quando você dava flores para ela — Sorri ao lembrar dela sorrindo ao ver as rosas azuis que deixava em sua mesa no escritório dos meninos. — Ela sempre gostou de pequenos detalhes, você não vai precisar de tanto. 
Romântico anônimo, gostei! — Soroca se sentou direito no sofá — Por que não deixa flores no banco do carro, quando ela for sair? 
— Uma música — Fernandinho sugeriu — Compõe uma música.
— Você mais do que ninguém sabe que isso não é fácil Fernandinho — Suspirei mais uma vez.
— Mas não impossível — Dudu sorriu — Vamos te ajudar boi, você não está sozinho! 

(...) 

— Fala seus mal-acabados — Sorria olhando Melissa da janela, ela sorria lindamente com o buquê de rosas azuis em mãos. — Deu certo — Mandava áudio no grupo que Sorocaba havia criado. — Vou pedir ajuda pra Soso, e vou ajeitar as coisas pro jantar ainda hoje. — Esperei por um tempo e obtive sinal verde para seguir em frente. 
Sabia que a esposa era minha, porém Soroca e Fernandinho, assim como eu, a conheciam de mais, eles saberiam como me ajudar, e eu faria de tudo para que meu casamento voltasse a ser como antes. 
— Soso, ela já foi! 
— Não estranhou você ter mandado Lígia ir para casa mais cedo? 
— No começo sim, mas deu certo — Sorri animado — A reserva já está feita, minha mãe vem pra cá ficar com você e com as crianças.
— Tudo bem — ela terminava de fazer algo no fogão. — Melissa deve está tão contente.
— E eu espero Soso — ri e beijei seu rosto. Eu queria ver o sorriso lindo que só minha morena tinha. 
— Luan? — Ela havia chego, porém eu estava em nosso quarto pensando em como convencê-la. — Oi querida? 
— Eu te amo — ela sorria e andou um pouco mais rápido até mim, que saia do nosso closet, tomando meus lábios em um beijo. Nossas bocas pareciam que haviam sido feitas uma para outra, elas se encaixavam perfeitamente, dando um beijo tão nosso. Porém, ainda não havíamos aprendido a ficar sem respirar, e o nosso beijo, onde transmiti todo amor que sentia por ela, teve fim após longos selinhos.
— Janta comigo hoje? Já fiz nossas reservas.
— Mas não podemos deixar as crianças sozinhas e ... — Coloquei o dedo indicador em seus lábios para que ela parasse de falar. 
— Minha mãe vem pra cá — Ela continuava a me olhar com medo — Vamos pensar em nós dois, só pro hoje — Acariciava seu rosto — Por favor. — cheguei meu rosto próximo do dela — por favor — sussurrei contra seus lábios, e a mesma fechou os olhos parecendo entregue. 
— Tudo bem — sua voz era falha, e eu não pude esconder meu sorriso.
— Amo você — ela concordou com a cabeça e me beijou novamente. Melissa não fazia ideia do poder que tinha sobre mim, ela era a mulher da minha vida desde o dia em que a vi naquela sala de reuniões, ela foi capaz de me encantar apenas com o seu doce sorriso, e seus belos olhos escuros, que pareciam refletir toda sua alma de menina mulher. Ela não tinha ideia do quanto feliz eu era ao seu lado.    

(...) 

— Adorei o local — Ela estava linda dentro de um vestido azul longo, usando seus sapatos não tão altos, e eu, que estava sentado em sua frente, poderia sentir seu doce perfume. 
— É um restaurante novo — Ela riu e me olhou como se fosse óbvio — O que foi? — ela riu — Soroca quem me indicou! 
— Lerdinho — Ela apertou meus dedos que estavam junto com sua mão sobre a mesa — Estava com saudades de momentos assim com você.
— Eu também — Peguei sua mão e levei até meus lábios — Parece que voltamos a ser um casal de namorados.
— Meu eterno namorado — ela sorriu, e eu me inclinei selando nossos lábios rapidamente.

Narrado por Melissa.

Havia sido um jantar agradável, sentia falta de momentos assim, e sabia que Luan também.
— Eu adorei a noite — Ele me abraçava por trás em quanto eu tentava abrir a porta de nossa casa. 
— Quero sair assim mais vezes — Ele beijou meu pescoço, e senti meu corpo se arrepiar por inteiro. 
— Eu também — sorri e virei-me de frente para ele, e selei nossos lábios. O beijo estava começando outros rumos, e eu estava com saudades do corpo de meu marido. 
As mãos do mesmo apertavam minha cintura, em quanto minhas mãos estavam em seu pescoço o acariciando. Por falta de ar o beijo foi cessado com vários selinhos. 
— Eu preciso fazer amor com você — Luan sussurrou em meu ouvido, me causando as melhores sensações no corpo, eu tinha necessidade de te-lo. Abri a porta entrando e ele a fechou imediatamente, voltando a me beijar. Fomos para o nosso quarto abraçando e trocando carícias, porém quando passávamos pelo corredor me lembre que minha sogra estava por ali, e não seria nada agradável.
— Luan, sua mãe está aí — sorri amarelo. 
— A amor — Suas mãos gordinhas acariciavam meu corpo, ainda por cima do vestido — quantas vezes já fizemos isso lá em casa, relaxa vai — ele passava sua barba em meu pescoço, tendo conhecimento de que aquilo era meu ponto fraco, e que não iria nega-lo. 
Se ao menos perceber, já estávamos deitados em nossa cama, os dois, Luan em cima de mim, porém sem soltar seu peso, e eu apenas com a minha fina peça íntima e ele com sua cueca box, não havia me tocado que estávamos assim, só cai em mim quando senti os dedos de Luan tocar o meu íntimo. 
— Já está assim? — Sabia que ele se referia por eu está completamente molhada — Tão minha — ele me penetrava 2 dedos de forma lente e torturante, segurava meus gemidos entre os dentes. 
— Não me torture amor — sussurrei e Luan tirou seus dedos de mim, e foi até a barra da minha calcinha, tirando a mesma. Depois de uma longa trilha de beijos, ele chegou onde queria, sua língua passava por toda minha intimidade fazendo-me agarrar o fino lençol da cama. — Amor — sussurrei com a voz falha e a respiração ofegante. 
— Pede amor, me peça o que você quer. 
Luan: pede amor, pede a mim o que você quer. — ele sabia me torturar, ele tinha um enorme poder sobre mim. 
— Amor, por favor — além da língua, Luan havia voltado com seus dedos dentro de mim. — Me faça sua como sempre, por favor — suspirei ofegante. Sem delongas ele juntou nossos corpos, penetrando em mim, nos tornando um só. Os seus movimentos dentro de mim eram fortes, podia ouvir o barulho do nossos corpos se chocando. 
— Estava com saudades de você. 
— Também senti a sua falta — o respondi com dificuldade, minha voz saiu falha, em quanto o mesmo diminuía o ritmo das estocadas. Torturante. Luan não imaginava o quanto era torturante, mas ao mesmo tempo prazeroso, e o olhar sobre mim, em quanto seu rosto estava em meu pescoço era a melhor sensação que podia sentir. 
— Luan — suspirei ao sentir sair de mim. 
— Vira de ladinho amor, vira. — cacete, era capaz de sentir um orgasmo só com esse pedido. Virei-me do jeito em que ele pediu, e ele se deitou atrás de mim, me invadindo por ali. Ele levantou minha perna chocando mais seu corpo no meu, senti sua boca em meu pescoço, na tentativa de abafar seu gemido. Me permitir soltar gemidos baixos para não acordar sua mãe que dormia próximo ali. 
— Luan — sabia que meu orgasmo estava próximo.
— Comigo amor — ele penetrava rapidamente, em quanto sua mão dirigiu-se para o meu clitóris, me proporcionando mais prazer. — Estou quase lá — gemi sentindo meu orgasmo chegar, Luan continuo ainda estando até seu membro vibrar dentro de mim. — Eu te amo tanto — ele juntou nossos lábios, e assim ficamos por um tempo até levantarmos e tomarmos um maravilhoso banho, e ainda mais uma vez fizemos amor. 
Tudo parecia tão clique quando se tratava de nós dois, porém sabia que era amor, Luan tinha ideia de que não era nada sem ele, e ele dizia não ser nada sem mim. 
No outro dia pela manhã, fui acordava com um maravilhoso café na cama, acompanhado de um buquê de rosas azuis, novamente as minhas tão amadas rosas azuis. 
Romântico anônimo
— Ele quem disse Mel — Sônia riu junto de mim. Conhecíamos tão bem Luan, e sabíamos que ele tinha cada ideia, porém aquela foi uma das melhores antes tidas. — Você parece tão feliz.
— E eu estou — sorri levando uma torrada a boca — Mas na onde ele foi? 
— Disse que iria resolver umas coisas com os amigos antes da sessão de fotos pela tarde. 
— Tudo bem — terminei de tomar o suco de laranja que estava no copo, e vi meu celular vibrar sobre o criado-mudo. 
"Espero que tenha tido um ótimo café na cama, preparei tudo pensando em você, desde as flores, até o pedaço de bolo de chocolate. O seu sorriso pra mim é o que importa. Eu te amo.
Seu romântico anônimo."

Notas da autora. 


Romântico anônimo, aquele capaz de arrancar suspiros mesmo que sabíamos que seja. Que o amor predomine. 
 – Natália de Andrade.

Ps.: Me sinto envergonhada pelo hot meia boca que consegui escrever, eu realmente não sirvo pra isso, me desculpem.
Pss.: Peço desculpas pela demora, estava assimilando as ideias, afim de fazer um capítulo não tão voltado em problemas, espero ter conseguido. Até o próximo. 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Capítulo 10 - O hospital será praticamente a nossa nova casa.


5 dias depois, 10º dia de Nicole internada. 

Narrado por Luan.

Acordei pela uma hora da tarde e me assustei ao olhar do meu lado, Melissa ainda dormia. Bom, ela vinha parecendo estranha durante esses dias, andava evitando a todos, e confesso que isso me causou uma grande preocupação. 

— Melissa, Mel — passei as mãos em seu rosto — querida. — ela apenas resmungou — Vem, vamos levantar.
— Pode ir — sua voz era fraca — Eu vou dormir mais um pouco. 
— Você não quer comer algo? 
— Não — ela foi breve, e se virou cobrindo-se da cabeça aos pés. Suspirei e regulei o ar-condicionado, e sai dali encostando a porta. 
— Papai. — Breno correu até mim abraçando minhas pernas.
— Não foi pra escola? 
— Ele não acordou muito bem — Lígia se pronunciou — Reclamou de dores na barriga. 
— Deve ser das porcarias que anda comendo — baguncei seus cabelos negros — Já almoçou? 
— Já papai. 
— Então vai com a tia Lígia que o papai vai comer — o coloquei no chão e fui para a cozinha.
— Café ou almoço? 
— Pode ser o almoço — Ri e dona Sônia me serviu. 
— Está tudo bem? 
— Não muito — sorri fraco — Estou preocupado com Melissa. 
— Esses problemas com a menina Nicole estão a afetando, não é? 
— De mais Soso, nunca vi a Mel do jeito que ela está — encarei meu prato, eu havia perdido o apetite, mas comeria para ir até o hospital. 

(...) 

— Nenhuma melhora? — encostei minhas costas na poltrona em frente à do doutor.
— Não — ele suspirou frustado — Mas não vamos perder a fé, não é mesmo? 
— Não, isso não, minha filha vai sair dessa! 
— E sua esposa? Não quis vir? 
— A deixei dormindo, está sendo muito difícil para nós, então achei melhor a deixar descansar. 
— A sim — ele olhou algumas coisas em sua planilha — Vou olhar alguns pacientes — Concordei com a cabeça, e fiquei ali, encarando a parede branca. 
— Você precisa ser forte Luan, sua família precisa de você — murmurei sozinho, e me debrucei sobre a mesa. 
Não tinha idéia do tempo que estava ali, só me despertei com o meu celular vibrando no bolso de trás da calça. 
— Oi? — era de casa.
— Seu Luan, o Breninho não está se sentindo muito bem.
— Am, a Melissa, onde está? 
— Ela se trancou no quarto, e pediu para que ligássemos para o senhor. 
— Tudo bem, já estou indo pra casa. — me levantei, e encontrei o médico na saída. — Eu já vou, provavelmente volto pela noite.
— Tudo bem.
— Qualquer coisa é só ligar — sorri fechado e dali segui para casa o mais rápido que pude. 
— Papai — Encarei Breno no topo da escada com a voz fraca e embargada pelo choro, coloquei minhas chaves sobre a mesinha no centro da sala, e subi as escadas.
— Hey campeão, o que houve? 
— Eu vomitei papai — seus olhos estavam mais grandes que o normal e cheio de lágrimas. 
— Já tomou banho? 
— Tia Lígia me deu banho papai — ele encostou seu rosto na curva do meu pescoço, e o senti um pouco quente. 
— Melissa? 
— Oi? — ela saia do banheiro com os cabelos molhados e usando apenas uma blusa minha. 
— Breno não está bem. 
— Eu ia olhá-lo — ela veio até mim e Breno se jogou para o seus braços. — Eu vou levá-lo no médico.
— Espera só eu tomar banho e — ela me interrompeu. 
— Não precisa, fica aí, descansa, qualquer coisa eu te ligo. — Ela deixou Breno sobre a cama, e seguiu para o closet. 
Em poucos minutos ela saiu trovada, e me deixou ali sozinho. Todos esses problemas estavam afetando meu casamento, eu sentia isso. 


Narrado por Melissa.


— É  uma virose — A médica havia terminado de examinar Breno, que continuava todo molinho em meus braços.
— Pensei que fosse algo mais grave. — Passei as mãos em seus cabelos. 
— Está na época de apresentarem quadros de virose, ele pode ter pego de algum coleguinha no colégio, vocês precisam tomarem cuidados, para não contraírem em casa. 
— Vou falar com meu marido, o que eu menos quero é que Nicole pegue alguma coisa. — Eu tinha esperança de que ela voltasse para casa ainda por esses dias. 
— Vou deixá-lo em observação no soro, não tem problema não é? 
— Não, eu só vou ligar para casa. — Estava começando a acreditar que logo eu passaria a morar ali, já que passava mais tempo no hospital do que em casa com meus filhos. — Luan? 
— Oi amor? — Sua voz era de sono.
— Breno vai ficar em observação, então amanhã pela manhã eu vou para casa, tudo bem? 
— Não quer que eu vá para i? 
— Você quem sabe, não acho necessário. — Pude o ouvir suspirar. 
— Daqui a pouco eu chego aí. 
— Tudo bem — me sentei ao lado da cama que Breno ficaria, e o mesmo estava pálido e molinho lutando contra o sono. — Descansa meu amor — Beije sua testa. 
— Mamãe, o papai vai vir? 
— Vai, dorme para que na hora que ele chegar você estava acordado e bem. — continuei fazendo cafuné em seus cabelos, e logo ele se rendeu ao sono.
— Posso entrar? — Luan bateu levemente na porta, e colocou somente a cabeça para dentro, e eu concordei, o vendo colocar o resto do corpo. — Está tudo bem com ele? 
— Sim, foi só uma virose — suspirei e fechei meus olhos. 
— Pode tentar descansar aí se não quiser ir pra casa, eu fico com ele. 
— Não, está tudo bem. 
— Andamos passando tempo de mais no hospital. 
— Ultimamente passar noite em algum hospital vem fazendo parte da minha rotina — sorri forçada e ele suspirou. 
—Isso vai passar meu bem, vamos ter fé. 

Notas da autora.

Temos essa nova realidade para encarar, mas seremos felizes, hospitais serão somente visitados apenas por uma gripe boba, ou uma consulta de rotina. Vamos ter fé. 
 - Natália de Andrade. 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Capítulo 9 - As coisas andam difíceis e diferente para nós.


Narrado por Melissa. 

Comecei a pensar na minha árvore genealógica, meus primos que moravam ali em São Paulo, mas era complicado, minha família era grande de mais para me lembrar de todos, e uma grande parte ficava no interior. 

— Jenifer.
— Anh? — Luan me olhou estranho. 
— Jenifer, ela mora aqui — arregalei meus olhos e me lembrei de minha prima Jenifer, ela era compatível a Nicole. — preciso ligar para ela, cadê meu celular? Eu ...
— se acalme querida. — minha sogra segurou minhas mãos. Sorri e me afastei dali ligando para minha prima, não foi difícil convencê-la, e ela prometeu-me chegar mais rápido que pudesse.
— onde o Luan está? — o procurei ali. 
— Saiu com o meu pai, Arleyde está igual louca procurando ele. 
— cheguei — minha prima chegou um pouco ofegante. 
— não precisava de tanta pressa — fui até ela é a abracei — obrigada. — minha voz estava tomada pelo choro, minha garganta queimava, e minha visão estava embaçada. 
— não precisa agradecer. 
— vamos? — ele a chamou, e eu a acompanhei. 
— muito obrigada mesmo — eu a abracei logo depois da transfusão realizada.
— de nada Mel — ela beijou meu rosto — mas vamos comigo comer algo? — ela riu fraca e fomos até a cantina do hospital. 
— como vão seus pais? — puxei assunto em quanto a mesma comia. 
— vão bem — ela riu pelo nariz — mamãe sente saudades. 
— quando a poeira abaixar farei uma visita a ela. — sorri forçada. 

(...) 

— vamos pra casa? O médico disse que ficarmos aqui não vai adiantar muita coisa. 
— podem ir, vou ficar com a minha filha. 
— querida, Breno precisa de você também — minha sogra sorriu forçada, e eu me senti mal, com todas essas coisas que estavam acontecendo eu não me importei com o meu filho, me senti uma mãe horrível. 
— vamos amor? Voltamos pela noite — Luan passou as mãos gordinhas em meu cabelo, e eu o olhei — mais tarde voltamos — ele beijou minha testa. 
— vamos — sorri forçada, e Luan me arrasou dali. 
Casa, era tudo que eu precisava, assim que pisei na mesma, segui para meu quarto, eu precisava de um banho demorado. Lavei meus cabelos, e resolvi seca-los, já que pretendia dormir. 
— está ocupada? 
— não querido — o encarei pelo espelho. 
— Soroca me ligou — ele riu pelo nariz — nos convidou para a social no dia do aniversário dele, e eu aceitei, tudo bem? 
— tudo — respondi insegura, Sorocaba faria aniversário daqui 5 dias, não tinha certeza se Nicole se livraria desses problemas logo. 
— vou tomar banho — Luan jogou um beijou para mim e eu ri fraco e ele seguiu até o banheiro. 
Tempos depois Luan saiu do banheiro cantarolando alguma música internacional, e seguiu até nosso closet, voltou vestindo apenas uma calça de moletom, e veio se deitar na cama, praticamente em cima de mim. 
— não quero te ver triste meu bem — ele selou nossos lábios. 
— vou tentar ficar bem — passei as mãos em seu rosto — eu te amo tanto. 
— eu também te amo — ele tomou meus lábios em um beijo tão nosso, repleto de carinho, ternura e paixão. Senti as mãos do Luan, que antes estavam em minha cintura, passar por meu corpo e parar meus seios por baixo da roupa. Os beijos de Luan passaram para meu pescoço, onde o mesmo deu lugar a sua barba, já que ele a passava ali me causando as melhores sensações. 
— você é tão minha Melissa — ele me sussurrou ao pé do ouvido, e eu senti todo meu corpo novamente arrepiado. Quando Luan e eu transávamos, tinha a sensação de que tornávamos um só, ele tinha o poder de me tornar mulher todas as vezes que nos amávamos, na verdade, ele tinha um poder único sobre mim.

(...) 

5 dias depois. 

Encarava meu reflexo no espelho, e o vestido azul que antes caia perfeitamente em mim hoje se encontrava mais larga. Havia perdido peso e nem havia percebido.

— já está pronta? 
— já — me virei o encarando, e ele sorria. 
— então vamos. — concordei com a cabeça e fui ao encontro do mesmo logo depois de ter apanhado meu celular sob o criado-mudo. 
Não me surpreendi muito ao chegarmos a casa do Sorocaba, e a música rolava um pouco alta ali. O churrasco estava agradável, mas mantinha meus pensamentos em meus filhos, Nicole ainda naquele maldito hospital, sem nenhuma notícia, nenhuma melhora. Íamos pela tarde até lá e ficávamos até a noite, e hoje não havia sido diferente. 
— está gostando querida? — Luan me abraçou por trás beijando meu pescoço. 
— estou — sorri — estava com saudades disso. 
— as coisas andam difíceis e diferentes para nós não? 
— sim, mas nossa pequena vai ficar melhor amor, eu espero.
— ela vai amor, vamos ter fé em Deus. 
— amém — sorri animada. 
— borá tomar uma Luan? — ele mostrava a garrafa de alguma bebida alcoólica. 
— estou dirigindo cara, deixa isso quieto — ele riu.
— eu posso dirigir querido, se divirta um pouco.
— não vou beber nada forte, não preciso disso para me sentir bem. — ele sorriu e foi até a cozinha.
— Melissa? Quanto tempo querida. — Eduarda sorriu falsamente, e eu retribui, claro. 
— como vai? — olhei para o meu copo que até então tinha suco. 
— bem querida, e você? — ela se sentou ali. Será que ela não se tocava? Mereço! 
— tudo indo — sorri forçado.
— amor, quer algo? — ele voltou e se sentou ao meu lado. — Eduarda? — ele a olhou estranho.
— quanto tempo, não? — ela riu debochada. 
— é — ele voltou sua atenção para mim — está com fome? 
— não se preocupe amor — sorri selando nossos lábios.
— Luan, larga a muié e chega aí parceiro. — Sorocaba o repreendeu, e eu apenas ri, e meu marido me deixou indo com os amigos.
— deve ser difícil né? — a olhei como se não estivesse entendo mais nada — passar dias com sua filha no hospital, e não ter mais tempo para seu marido. 
— aonde você está querendo chegar Eduarda? — revirei meus olhos sem um pingo de paciência. 
— o Luan é homem né Mel, pode muito bem procurar na rua o que você não dá em casa. 
— Luan é homem mesmo Duda — disse seu apelido com ironia — homem que sabe que tem uma família em casa e não preciso procurar nada por aí. 
— será? — ela deixou um ar suspeito e logo saiu dali. 
— vem amor, não fica aí sozinha. — o olhei e ele sorria, será que Eduarda havia falado a verdade?

Narrado por Luan.

Eduarda havia ficado poucos minutos ao lado de Melissa, e eu apostava que ela havia falado algo, já que minha mulher me olhava de um jeito estranho. 

— está tudo bem? — a abracei de lado sussurrando em seu ouvido, e ela apenas concordou. 
Decidimos não voltamos para casa tarde, já que passamos boa parte da nossa tarde no hospital, precisávamos descansar. 
— Luan, posso te perguntar uma coisa? 
— claro amor — sorri e puxei sua mão a levantando até minha boca em quanto ela dirigia de volta para nossa casa.
— você, não, esquece.
— pode dizer Mel.
— você seria capaz de me trair? 
— que besteira amor, claro que não. 
— você promete? — ela tirou sua atenção do trânsito em segundos.
— prometo —me aproximei da mesma beijando sua bochecha. Eduarda era fogo, devia ter enchido a cabeça de Melissa com suas mentiras, eu não deixaria ela estragar o meu casamento. 

Notas da autora.

Será que não? Promessas são feitas para não serem quebradas. Lembrem-se. 
 - Natália de Andrade. 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Capítulo 8 - Iremos ser mais fortes do que imaginávamos.

Narrado por Luan.

Já era noite e continuávamos ali, rezando e pedindo para que não desse nada em Nicole. Devido à sua Síndrome de Down, ela tinha seu sistema de defesa um pouco mais baixo do que de uma pessoa normal, isso me preocupava tanto, minha menininha não tinha nem seu 1 ano de vida e já sofria tanto. 
— não quero preocupar vocês, mas Nicole acabou tendo uma crise de broncoespasmo, quem vai acompanha-la até o hospital? 
— eu, eu vou, eu preciso ver minha filha, onde ela esta? Ela já está bem? Eu — a puxei para mim. 
—querida se acalme — beijei o topo de sua cabeça. — eu sigo vocês de carro. 
— Senhora Melissa peço que se acalme — eu a vi saindo com o Doutor rumo a ambulância, fui até nosso carro, e peguei meu celular que estava no meu bolso ligando para casa. Expliquei por cima tudo que estava acontecendo para minha mãe, e a mesma disse que me encontraria no hospital, encerrei a ligação seguindo a ambulância que havia acabado de sair. 

Narrado por Melissa. 

Aquele lugar fechado, com aquela sirene alta, e minha filha ali toda entubada me causava náuseas. Eu queria a tirar dali, sair desse lugar horrível, e chegar em casa, dizendo que estava tudo bem, que só era uma gripe, mas essa era minha realidade, meus pensamentos estavam a todo vapor que quando chegamos ao hospital, despertei com um enfermeiro pedindo minha mão para me ajudar a descer. 
Após descer, pude ver o mesmo subir e sair com a minha filha numa maca, e os aparelhos que a ajudavam a respirar, Luan chegou correndo e parou ali na porta buscando fôlego, e eu fui até o mesmo o abraçando em prantos. 
— não fica assim, por favor — sabia que ele segurava o choro devido sua voz.
— foi horrível esse caminho amor — soluçava e tremia devido ao medo— por que Deus esta fazendo isso com a gente? 
— ele vai mostrar que somos fortes querida, vamos ter fé.
— minha fé já está acabando, prefiro que ele a leve em vez de deixá-la aqui sofrendo. — e o silêncio ali reinou, só podiam se escutar meus soluços. 
— não diga isso querida, por favor. 
— ela está sofrendo Luan, ou você acha que eu adorei esse "passeio" até aqui? — fiz aspas (") com os dedos — Já é a segunda vez que a levam para UTI, e ela tem apenas 7 meses Luan, 7. — meu choro era doloroso, era horrível escutar aquelas palavras saindo da minha boca, mas eu entendia sua dor, Nicole já sofria tanto. — me desculpa, não devia ter sido grossa com você. 
— tudo bem — Ele suspirou passando a mão em seus cabelos em quanto eu ainda chorava. 
— meus queridos — Dona Mari chegou acompanhada de Bruna e Theo. — o minha filha — ela veio até mim nos abraçando. 
— vamos entrar? — ela sorriu fechado, e eu, ainda abraço com meu marido, entramos mais uma vez naquele hospital que desde então não nos trazia lembranças boas. 
— odeio ficar sem notícias. — já se passavam das 02:30 da manhã, e continuávamos sem notícias sobre Nicole, o que era torturante. Bruna havia ido pra casa, já que Breno era apegado nela, e pelo o que meu sogro havia dito na ligação que fizemos um pouco mais cedo, ele havia chorado. Dona Mari não sabia onde ficava, ia até a capela e voltava.

Narrado por Luan. 

— familiares de Nicole Santana? 
—  somos nós — minha mãe se levantou, e eu me mantive sentado já que Melissa cochilava em meu colo devido o tanto que ela chorou. 
—Nicole teve uma baixa nas plaquetas e no sangue, precisamos fazer transfusão de sangue, precisamos ver quem de vocês são compatíveis. 
— precisa ser urgente? Porque poderíamos ligar em casa. 
— temos alguns litros que podem ser servidos para a transfusão.
— pela manhã minha família está aqui. 
— vamos esperar — ele ia saindo.
— tão pequena e já vem sofrendo tanto — ela derramava algumas lágrimas. — como você se sente meu filho? 
— péssimo — suspirei, e senti meus olhos queimarem — mas preciso ser forte, não? Minha família precisa de mim. — senti uma fungada em meu pescoço, e o que temia aconteceu, Mel havia escutado tudo. — querida, o que ...
— eu sou uma pessoa horrível né? — neguei com a cabeça em quanto ela se ajeitando.
— esqueça isso querida, eu ...
— não Luan — ela soluçava — eu nunca me importei com o jeito que você se sente, mas você sempre se importando comigo. 
— essa é minha parte de seu esposo querida — a puxei selando nossos lábios mesmo com ela ainda chorando. 
— eu venho sendo uma mãe e esposa péssima, eu não mereço você, Luan.
— não fique assim, por favor — tentei fazê-la parar de chorar — eu te amo — encostei minha testa na dela, eu vi a tristeza em seus olhos. 
— Vocês estão com fome? 
— estou — sorri forçado — mas não se preocupe. 
— vou pegar um café, trago para vocês. 
— mãe, a senhora não quer ir pra casa descansar? 
— já são 04:30, daqui a pouco precisaríamos voltar. 
— pensando por esse lado — sorri fechado, e a vi indo até a cantina do hospital. 
— sinto que estamos atrapalhando a vida da nossa família. — suspirei e passei a mão na nuca e parei para pensar nisso. — estamos atrapalhando até você — ela se pronunciou novamente — nem show tem feito mais. 
— minhas fãs entendem.
—  nem todas entendem Luan. — ela suspirou voltando a chorar.
— querida, não chore mais por favor, não me sinto bem em vê-la assim. 
— eu só queria que tudo ficasse bem. 
Pela manhã, fizemos os exames necessário para a transfusão de sangue e de plaquetas de Nicole, mas por sua vez, nossa pequena tinha o tipo de sangue raro. 
— não há ninguém da família com esse tipo sanguíneo?? 
— mas doutor, o tipo AB é receptor universal, não teria problema de um de nós podermos doar? — Bruna se pronunciou. 
— não achamos muito confiável, o tipo A tem anticorpos para o tipo B e vice-versa. 
— e agora? — ela estava prestes a chorar, Mel assim me preocupava, por tudo ela chorava, não que antes ela não fosse sensível, mas ultimamente havia piorado. 
— poderíamos tentar o Breninho. 
— o sangue dele é B igual ao Luan sogro. 
— tem a Camila, mas até ela vir de Campo Grande vai demorar.
— precisamos para agora mãe. — suspirei pesado. Mais essa agora, tudo o que não precisávamos. 

Notas da autora. 

Com amor, tudo é possível. E até as coisas mais difíceis serão resolvidas. Vocês verão. 
- Natália de Andrade.


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Capítulo 7 - O amor supera qualquer outra coisa.


Narrado por Melissa. 

Os dias haviam de passado, hoje completava o 10º dia em que Nicole estava internada na UTI infantil, o mais torturante era ir para o hospital depois do almoço, e poder vê-la somente no horário das visitas à noite, e aquela sonda que machucava a pele da minha pequena me deixava angustiada. Eu era fraca, chorava dia e noite, parecia que tudo havia acabado, não conseguia ver minha filha nessa situação. 
— Melissa, Luan, será que posso conversar com vocês? — senti meu corpo todo gelar, eu esperava pelo pior. O meu Deus, eu pedi tanto para o senhor, por favor, faça o que quiser comigo, mas deixe minha filha bem, eu lhe imploro. — sente-se por favor. — nos sentamos em frente à ela, e mesmo assim Luan continuava segurando firme minha mão. 
— está tudo bem com a nossa pequena? 
— em partes — ela sorriu sem mostrar os dentes — Nicole receberá alta — sorri aliviada, até que em fim uma notícia boa. 
— graças a Deus. 
— mas vou pedi para que vocês a leve ao hematologista. 
— o que é isso? — Meu marido perguntou confuso.
— são médicos especialistas em doenças no sangue e  de órgãos hematopoéticos, onde se formam as células do sangue. 
— isso pode ser grave? 
— não quero preocupa-los, então prefiro que conversem com algum médico nessa ala. 
— tudo bem — suspirei um pouco aliviada, mas com um lado tinha medo.
— aqui está a alta da Nicole. 
— posso ir buscá-la? 
— claro, Suzie os levará até lá, preciso ir ver alguns pacientes. — ela sorriu amigável e saímos da sala da mesma, indo com Suzie até a UTI Infantil, onde a dias vínhamos sendo torturados. 
— oi mamãe, que saudades — abracei minha pequena emocionada, Nicole que mostrou-se feliz em meus braços. 
— minha pequena — sorri e beijei o topo de sua cabeça. — vamos para casa. 
— precisamos pegar Breno nos seus pais. 
— vamos, vou ligar para eles avisamos que estamos indo até lá. 
— fazemos isso no caminho. 
— olha a princesa da vovó de volta — minha sogra veio até mim, pegando Nicole dos meus braços. Luan e eu, seguimos até os fundos da casa, onde seu pai estava junto do noivo de Bruna, e Breno jogando bola. 
— papai — ele veio correndo até nos e se jogou em meus braços.
— como você está filho? 
— bem papai, vovô e o tio Theo estavam jogando bola comigo. 
— eu vi — sorriu bagunçando seu cabelo, e indo falar com o pai e Theo. 
— onde está a pequena? 
— aqui vovô — Mari veio sorridente com Nicole que já sorria banguela. 
— querido, sua mãe nos chamou para jantarmos aqui, eu aceitei, tudo bem? 
— tudo sim meu amor — ele veio do meu lado com Breno,  e enchi Breno de beijos.
— aí mamãe. — ele gargalhou. 
— coisa gostosa.
Havia sido um jantar bastante agradável, estávamos todos contentes, Nicole nos dava uma alegria e tanta. 
— Luan, você deixa tudo jogado — reclamei por ser tarde, e eu pegava algumas roupas do Luan espalhadas pelo banheiro. 
— desculpa muié — ele riu e entrou no box para tomar banho. Revirei meus olhos pegando mais uma camiseta jogada no chão. Por mais que elas estavam ali jogadas, havia seu perfume totalmente embriagante, não me aguentei e as levei até meu nariz, sentindo seu cheio maravilhoso. — Uai muié, fica aí chegando não, vem cá comigo sentir meu cheirinho de perto, vem. — sorri, e logo me desfiz das minhas roupas, e entrei no box junto do mesmo. — minha gatinha — ele sorriu e puxando meu corpo junto do dele. Logo tratou de tomar meus lábios em um beijo cheio de amor e malícia, era impressionante como suas mãos gordinhas, passando por entre meus cabelos me deixava louca. 
— estava com saudades de você — intercalava mordidas e beijos no seu pescoço. Em resposta Luan me pressionou no azulejo frio e úmido, que causou arrepio em todo meu corpo, a Luan, como eu amo as sensações que ocorrem em meu corpo por causa de você.  
— nós dois embaixo do chuveiro, amor com cheiro de shampoo — Luan cantarolou rindo, em quanto saíamos abraçados do banho, após matarmos a nossa saudade, de um jeito nosso e único. 
— seu bobo — virei para o mesmo e selei nossos lábios novamente. 
— eu te amo tanto Melissa. 
— eu também te amo Luan — sorri, e nos beijamos novamente, Luan com facilidade tirou minha toalha, em seguida a sua, e num ato rápido senti meu corpo sendo atirado sobre a nossa enorme cama, e o mesmo subir em cima de mim. Luan sabia o poder que tinha sobre mim, ainda mais quando passava sua barba em meu pescoço causando sensações maravilhosas, e ali, novamente fizemos nosso bom e velho amor. 
Terça-feira pela manha, comecei minhas buscas por um hematologista bom e de confiança, não seria legal levar minha filha para qualquer médico, e quando encontramos, ele logo pediu que fizéssemos um exame de sangue em minha pequena, e devido a isso, tivemos de esperar 1 semana para a próxima consulta, mas por Nicole ter o melhor plano, devido ao pai ser quem é, os exames ficaram prontos em 48horas. 
Por ser 8:30 da manhã, a casa se encontrava quieta, Luan dormia um sono tão gostoso, que deu até dó de acorda-lo. 
— O que faz acordada tão cedo? 
— Nicole tem consulta ainda hoje, fiquei preocupada e acabei perdendo o sono. 
— Você não deve se preocupar atoa Mel — Sônia me olhou em quanto deixava algumas coisas para o café sob a mesa. 
— eu sei — sorri fechado, peguei apenas uma xícara de café com leite, e fui até o escritório do meu marido. Liguei o notebook que estava sobre a mesa, e comecei a procurar algumas coisas relacionadas a síndrome de down da minha filha. Textos, histórias, relatos que me chamaram a atenção, mas um em especial. 
Deus escolhe as mães. 
Deus pairou sobre a Terra, selecionando o seu instrumento de propagação com um grande carinho e compassivamente, enquanto Ele observava, Ele instruía seus anjos a tomarem nota em um grande livro:
- Para a mãe Sebastiana, um menino e o anjo da guarda Mateus.
- Para a mãe Maria, uma menina e como anjo da guarda Cecília.
- Para a mãe Fátima, gêmeos, e como anjo da guarda, mande Gerard.
Pronunciando um nome, sorri e diz:
- Dê a ela uma criança deficiente.
O anjo cheio de curiosidade pergunta:
- Por que a ela Senhor? Ela é tão alegre...
- Exatamente por isso. Como eu poderia dar uma criança deficiente para uma mãe que não soubesse o valor de um sorriso? Seria cruel.
- Mas será que ela terá paciência?
- Eu não quero que ela tenha paciência porque, com certeza, se afogará no mar da autopiedade e desespero. Logo que o choque e o ressentimento passar, ela saberá como se conduzir.
- Senhor, eu a estava observando hoje, ela tem aquele forte sentimento de independência. Ela terá que ensinar a criança a viver no seu mundo e não vai ser fácil.
- E além do mais, Senhor, eu acho que ela nem acredita na sua existência.
Deus sorri.
- Não tem importância. Eu posso dar um jeito nisso. Ela é perfeita. Ela possui o egoísmo no ponto certo. O anjo engasgou.
- Egoísmo? E isso é, por acaso, uma virtude?
Deus acenou um sim e acrescentou:
- Se ela não conseguir se separar da criança de vez em quando, ela não sobreviverá. Essa é uma das mulheres que eu abençoarei com uma criança menos perfeita. Ela ainda não faz idéia, mas ela será também muito invejada. Sabe, ela nunca irá admitir uma palavra não dita, ela nunca irá considerar um passo adiante uma coisa comum. Quando sua criança disser 'mamãe' pela primeira vez, ela pressentirá que está presenciando um milagre. Quando ela descrever uma árvore ou um pôr do sol para seu filho cego, ela verá como poucos já conseguiram ver a minha obra. Eu a permitirei ver claramente coisas como a ignorância, crueldade, preconceito e a ajudarei a superar tudo. Ela nunca estará sozinha. Eu estarei ao seu lado cada minuto de sua vida, porque ela estará trabalhando junto comigo.
- E quem o senhor está pensando em mandar como anjo da guarda?
Deus sorriu.
Dê a ela um espelho, é o suficiente!'

— querida — Luan chamou minha atenção entrando ali. 
— oi? 
— vamos tomar café? Nicole tem conduta daqui a pouco. 
— am, eu te acompanho, não estou com fome — desliguei o notebook, e aquele texto passava na minha cabeça, e ele seguiu até o nosso café, que foi agradável, o que era surpreendente, já que Luan havia acordado cedo o que não era de costume do mesmo, mas ele havia acordado bem. 
— vamos meu bem? 
— vamos — sorri fechado. 
Era impressionante como cara consulta de Nicole era algo tenebroso, eu tinha medo, confesso, sempre esperei pelo pior, mas ainda bem que tinha meu marido e pessoas maravilhosas que não me deixaram abater-me. Eu tinha que encarar isso, era minha realidade, minha filha é portadora da síndrome de Down, e ela pode sim, levar uma vida normal igual às outras, mas com um pouco mais de atenção. 
— bom dia. — Luan e eu respondemos juntos em quanto nos sentávamos em frente ao doutor. — como vai essa garotinha? — ele brincou com a mesma que sorriu banguela. 
— esta bem, não é filha? 
— am Doutor — me pronunciei — não quero que o senhor enrole, será que daria para contar-me o que minha filha tem? 
— tudo bem — ele suspirou abrindo o exame — vamos ver — ele fez uma pausa que me causou arrepios.
— está tudo bem? — O olhei, e Nicole segurava seu dedo com um pouco de firmeza. 
— Nicole desenvolveu graças a síndrome de Down uma espécie de mielopoiese anormal transitória, que é uma uma disfunção da medula, por isso seus exames de sangue estavam tão alterados. 
— ela vai ter que ser internada novamente? — lágrimas tomaram os meus olhos, e eu já as derramava sem me importar. 
— preciso fazer alguns exames, se importam? — neguei com a cabeça, olhei para o lado Luan chorava mesmo sem querer, em quanto Nicole mexia em sua barba. 
Será que um dia seremos capazes de levar uma vida normal com a minha pequena? Sem ela com qualquer tipo de doença? Será meu Deus? 
E mais uma vez, eu a vi levarem, era tão doloroso isso, mães que passam isso como eu, me entenderiam, era tão difícil me acostumar, mas pelo visto seria necessário. 
— estamos juntos nessa querida — eu chorava quando me acolhi em seus braços, eles sempre foram meu conforto, desde que era apenas uma fã ali em meio à multidão. — eu amo tanto vocês. — ele beijou o topo da minha cabeça.
— eu também amo vocês — foi aí, que mesmo em seus braços, peguei a correntinha que havia ganho de natal do mesmo. Um coração, onde quando abrisse havia uma foto nossa aí, da minha família, os motivos que me faziam levantar todos os dias da cama. 

Notas da autora. 

A Melissa, a Luan, vocês são tão fortes, e nem imaginam. Vocês enfrentarão tantas coisas ainda, não desanimem não, acreditem, o futuro será ótimo. 
 - Natália de Andrade. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Capítulo 6 - Quando os problemas começaram.


Narrado por Melissa.

Junho havia chego, trazendo o frio, e o 6º mês de vida da minha filha. Nicole vinha correspondendo bem as estimulações o que nos deixava bem animados. Luan havia saído mais uma vez em turnê, desde que ele havia ficado sabendo que estava indo ao psicólogo, ele viva perguntando se estava bem, se sentia algo. Mas confesso, desde que voltei a dançar as coisas haviam mudado, eu me sentia bem, dançar me fazia bem, minha família me fazia bem. 
— Mel — Lígia chamou minha atenção assim que entrei em casa — Nicole está queimando em febre. — havia acabado de chegar da academia, me preocupei, isso não era normal. 
— onde ela está? 
— eu dei um banho nela na tentativa de abaixar sua febre, mas não melhorou, tentei ligar para você, mas seu celular estava aqui. 
— tudo bem — subi as escadas correndo praticamente, e entrei no quarto da minha pequena. — o mamãe, tá dodói? 
— querida — minha sogra entrou sorridente no quarto — como estão? 
— estou doente vovó.
— vai levá-la na pediatra? 
— vou sim sogra — sorri, pegando meu celular atrás do número da doutora Daniella. 
— já deu um banho nela? — ela veio até mim passando as mãos no rosto da neta — ela está queimando em febre Melissa. 
— Lígia já deu um banho nela antes, e isso me preocupa sogra. 
— você sabe se ela já deu algum remédio? 
— ela não me disse — suspirei, ligando para a médica. Demorei apenas alguns minutos na ligação. — é pra eu levá-la as 17:30.
— que que eu vá com você? 
S/n: não vai atrapalhar a senhora? 
— imagina, me dê a Nick aqui, e vá tomar um banho. 
— não demoro — sorri forçado e fui para meu quarto afim de tomar um banho rápido. Por ser 11:00hrs resolvi não acordar Luan com isso, ele precisava descansar, havia feito um show em um festival grande, não queria o preocupar, poderia ser apenas um resfriado. 
— vamos almoçar lá em casa? Vocês passam a tarde comigo e com a Bruna, depois vamos a consulta.
— tudo bem — peguei minha bolsa com uma troca de roupa, e mais a bolsa de Nicole com suas coisas e uma troca de roupa para o Breno. 

Narrado por Luan. 

Acordei por volta das 16:40 com alguém batendo na porta, no começo pensei que era um dos meninos me chamando para ir até a academia, mas me enganei. Era Eduarda, uma modelo que havia ficado na minha época de solteiro. 
— uai sua louca, o que faz aqui? 
— soube que você estava no Rio de Janeiro, e claro, não ia perder essa oportunidade. 
— Eduarda, nosso lance acabou faz anos já, eu até casado estou, com uma família linda — sorri lembrando dos meus amores.
— qual é Luan? Você nunca fez a linha homem de família. 
— eu conheci o amor Eduarda, ele muda as pessoas e me fez se tornar homem de família. Tenho uma esposa maravilhosa e dois filhos que são o presente mais que lindos que podia ganhar. 
— até mesmo a problemática  da sua filha? 
— respeita minha filha sua suja — revirei os olhos.
— me poupe Luan — ela se deitou na cama me olhando — a quanto tempo você não transa? 1 ano? — ela se sentou na cama — que decadência. 
— minha vida particular não te diz a respeito, aliás — abri a porta — sai por favor! 
— poxa cantor — ela se sentou na cama — vem aqui, vamos lembrar dos velhos tempos.
— qual parte do eu sou casado, amo minha mulher, meus filhos, você não entendeu? — estava começando a ficar sem paciência. 
— uma mulher que não transa com você a 1 ano — revirei os olhos, não tinha tanto tempo assim, 1 semana talvez. — um pirralho, de 3 anos, que deve te infernizar quando chega das viagens cansado, e uma problemática, a criança não tem nem 1 ano, e já dá trabalho para os pais, imagina quando ...
— some daqui e agora! Não vou aceitar você falando assim da minha família — já estava alterado, cadê o Negão quando se precisa?! 
— não fica bravo amor — ela se levantou vindo até mim — é só a realidade — tento passar as mãos em meu rosto mas eu não deixei.
— não sei como pude te dar corda para escutar essas merdas que você fala — revirei os olhos — vaza daqui — apontei para porta que continua aberta. 
— não quero ir amorzinho.
— você não tem escolhas cacete, ou some daqui, ou eu chamo os seguranças, vai ficar lindo para uma pessoa pública como você — revirei os olhos. 
— não se preocupa benzinho — ela beijou meu rosto — até algum dia — saiu do quarto rebolando e eu bati a porta com uma certa força. 
— tá louco em? Pelo amor de Deus! — me joguei na cama, encarnado o teto. Era cada louca que me aparecia. 
—  Luan? Borá comer? 
— borá cara, deixa eu pegar meu celular aqui. — peguei meu celular sobre a mesinha, e notei que tinha 10 chamadas do número da Melissa, e mais 7 da minha mãe. — uai — me preocupei e logo retornei para minha esposa. No 3º toque ela atendeu. — oi meu bem. 
— Luan — sabia que ela chorava — vem pra cá, por favor. 
Luan: se acalma Mel, me conta o que está acontecendo. 
— a Nick amor — seu choro era forte, aquilo me cortava o coração.
— o que tem nossa pequena? 
— ela, ela — escutei minha mãe falando com ela no fundo.
— filho. — sua voz era uma mistura de espanto e preocupação. 
— mãe pelo amor de Deus, o que está acontecendo? 
— a Nick, filho — ela suspirou — foi levada para a UTI Pediátrica — senti meu ar faltar, minha pequena, pelo amor que tens por mim, meu Deus. — ela está com pneumonia, e diagnosticaram também brocoespamos e o hemograma da pequena estava muito alterado. — engoli seco, eu precisava voltar para São Paulo, e agora. 
— eu vou cancelar o show aqui, e já vou pra aí — desliguei o celular, e corri até o quarto ao lado que era o de Rober. — Rober cara, pelo amor de Deus — senti meus olhos queimarem — eu preciso ir para São Paulo.
— pirou foi? Você tem show daqui algumas horas. 
— você precisa me ajudar testa — sequei as lágrimas que insistiram em cair, o que fez Roberval se assustar.
— o que aconteceu cara? Algo com a Melissa? 
— minha pequena testa, minha Nicole. 
— pelo amor de Deus cara, o que houve? Nunca te vi assim.
— eu preciso ir pra São Paulo. — me dei conta que se ficasse ali conversando não viraria nada, voltei para meu quarto, pegando tudo minhas coisas e jogando dentro da mala que havia trago.
— Luan se acalma cara, eu vou falar com a Arleyde. 
— vai falar ainda? Você já devia ter falado Roberval, pelo amor de Deus, eu preciso voltar para São Paulo, eu ....
— se acalma cara — ele me sentou à força na cama — me conta o que está acontecendo. — expliquei em poucas palavras, e o mesmo saiu dali preocupado. Não deu 5 minutos, e Wellington entrou no quarto. 
— Borá patrão? 
— Luan, a Lele disse pra você cantar nem que seja umas 10 musicas, pra não dá quebra de contrato. 
—  Eu estou pouco me importando com quebra de contrato Roberval, mais que merda! Minha filha se encontra numa UTI, e vocês querem que eu faça um show? Eu não tenho cabeça pra show nenhum Roberval! 
— Não precisa ser estupido também cara! 
— claro que precisa — revirei os olhos respirando fundo — Negão, liga pro piloto, diz que vamos voltar pra São Paulo. — peguei minha mala — e você, Roberval — o olhei — manda a Arleyde pra casa do caralho se ela não entender também. 
— Luan, não é assim cara! Temos compromisso! 
— maior do que minha filha naquele maldito hospital não é, marca outro em alguma data próxima, no meu dia de folga, não me importo, eu vou pra São Paulo. — sai do quarto e o deixe lá, que se dane tudo também, minha mulher precisava de mim, minha família era mais importante que tudo, e todos nesse mundo. 
— vai ficar tudo bem patrão — Wellington estava comigo dentro daquele táxi, em quanto seguíamos até o aeroporto. 
— eu espero — suspirei colocando meu rosto entre as mãos, e deixei que minhas lágrimas caíssem, não queria pessimismo, mas já esperava pelo pior. 
— Quer algo pra comer? Eu vou lá buscar em quanto você vai para o avião. 
— não cara, eu só quero minha casa — peguei o remédio no bolso da michola para pingar no nariz. 
Quanta tortura, do Rio para São Paulo não era uma viajem longa, mas meus pensamentos me torturavam, a única paz que encontrava era quando pedia para Deus cuidar da nossa menina, sabia que pneumonia era uma coisa grave, ainda mais para uma criança especial, igual à minha filha. 

Narrado por Melissa.

— Melissa querida, levanta dai, não vai adiantar nada. — estava sentada no chão frio daquele enorme hospital, aquela maldita porta impedia que eu ficasse com minha filha, mas não sairia dali até obter notícias, ela havia sido levada para uma ala que me amedrontava e tanto. 
— não sogra — funguei — eu quero entrar lá com a minha pequena, ela é muito indefesa, vão machuca-la, não vão cuidar dela como a merece — me levantei.
— a doutora já não disse que você só vai poder vê-la no horário de visitar amanhã, vem, vamos pra lá, Luan ligou, disse que está chegando. — ela me levou até a sala de espera — querida, estou ficando preocupada com você, não comeu nada, quer que eu vá buscar algo? 
— não se preocupa sogra — fui até o bebedouro pegando um copo de água.
— Memis — Bruna apontou na porta do corretor e veio até nós. — como então as coisas por aqui. 
— difíceis — suspirei. O tempo ali era torturante, o clima frio dali me causava arrepios, e eu me peguei pensando na minha filha, e me vi chorando novamente.
— chora querida, se alivia — ela se levantou — vou buscar algo para ela comer. 
— eu fico aqui — Bruna sorriu forçada, e se sentou ao meu lado passando a mão em meus cabelos.
— amor — Luan apareceu pouco assustado ali, e mesmo chorando eu corri o abraçar. 
— aí Luan — soluçava, uma parte boa era que agora eu estava em seus braços, e ele me daria paz. 
— não fique assim querida, por favor, eu odeio vê-la assim. 
— nossa menina, ela é tão novinha, e já sofre tanto, e eu sei que é culpa minha. 
— claro que não amor, são os planos de Deus — ele beijou minha cabeça. 
— se eu não tivesse feito o que fiz antes — o olhei, e sabia que ele havia chorado. Seus olhos negros(e vesgos 😂💁🏼) o denunciava. — aí amor, se eu tivesse a aceitado antes — as lágrimas caia como chuvas de verão, frequente e dolorosa a alguns pontos de vistas. — Deus deve está me castigando, eu sei que mereço, mas preferia eu ali, ou morta ...
— não diga besteiras por favor — ele selou nossos lábios em um beijo rápido — na alegria e na tristeza, na saúde e da doença, lembra? — ele tentou secar um pouco de minhas lágrimas, o que era em vão, e eu o abracei forte, afundando meu rosto em seu peito. 
Suspirei fundo, na tentativa de sentir o seu perfume, mas acabei sentindo um perfume doce, fragrância feminina. 212, eu o conhecia. 
— am, querido — o olhei com os olhos cheios de lágrimas — você encontrou com alguém? 
— eu? — ele começou a nuca. — na... Não. 
— não minta para mim — a lágrima escorreu de meus olhos e eu as limpei — você encontrou quem? 
— não fiquei assim — ele fez carinho em meu rosto — aqui não é local, depois conversamos disso.
— só não minta pra mim — encostei novamente a cabeça em seu peito — e não me abandone, por favor, eu preciso tanto de você. 
— eu não posso, não quero, e nem vou querida. Eu te amo. 

Notas da autora.

A Luan, mal você sabe o quanto você a acalma. O porto seguro, a calmaria depois de uma longa chuva. Nicole, tão pequena, por que sofrer tanto? Ninguém sabe, mas você só vai mostrar o quando Luan e Melissa se amam, o quanto eles são fortes. 
 - Natália de Andrade.