quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Capítulo 5 - Medo atoa.


Narrado por Luan.

— boi é a última.  — O olhei através do espelho e Roberval estava parado na porta. 
Luan: pode mandar entrar — terminei de arrumar meu cabelo, e fui até o local de atendimento. 
— vai entrar! — Ângelo deixou somente a cabeça na porta — se acalma — pude escutar sua voz abafada pela porta, e logo após uma loira, dos olhos claro entrou.
— oi neguinha — sorri, e ela veio me abraçar, e logo sua mãe entrou. 
— Luan — ela sorriu e me abraçou emocionada. — fala com ele filha. 
— eu amo você — a pequena, ainda abraçando comigo beijou minha face. 
— eu que amo você — sorri, e beijei sua testa. 
— foto por favor. — primeiro tirei uma somente com a pequena, e depois uma junto de sua mãe. 
— obrigada Luan — ela já não segurava mais as lágrimas — me sinto tão bem em vê-la assim, esse sorriso é a melhor coisa que existe. — não me contive e soltei algumas lágrimas.
— me desculpe — sorri sem graça e as sequei — quantos anos ela tem? 
— eu tenho assim — ela mostrou os 8 anos em suas mãos — tia Gabi diz que é oito. 
— que inteligente — sorri e a abracei. 
— tenho acompanhado algumas notícias sobre você, é bom, ter uma filha com síndrome de Down é a melhor benção que existe, quando soube que estava grávida da Manu, morri de medo, meu noivo estava terminando a faculdade, e eu afim de começar a trabalhar, não foi nada planejado. — ela fez uma pausa emocianada, e eu não estava de outro jeito — eu descobri que Manu tinha síndrome de Down com 7 meses de gestação. Isso só me fortaleceu, sabe? — notei todos ali emocionados — até hoje estou com Eduardo, e cuidamos da nossa pequena. 
— eu ... Eu .... — não havia palavras.
— no começo é difícil, mas você se acostuma. Quando Manuella tinha 2 anos e meio, decidimos começar a estimula-la, e foi uma das melhores coisas que fizemos. 
— minha filha já passa por essas estimulações — tentei secar minhas lágrimas. 
— vai ser muito bom — ela secou suas lágrimas — mas não precisa chorar, com o tempo você vai ver o quanto abençoada você será por ter uma criança tão especial, iguais às que são portadoras. — ela sorriu e abraçou a filha.
— ela já mostra ser especial — sorri e abracei as duas — obrigada tá? 
—  aí, nem vimos o tempo passar — Arleyde sorriu limpando suas lágrimas — você precisa se aquecer Luan. 
— eu já vou Lelá — beijei a testa de Manuela. — gostei muito de te conhecer, tá? 
— eu também, você é igual o da foto.
— ele é o da foto filha — rimos — até algum dia Luan.
— até — sorri e as vi sai junto de formigão, que por mandato meu, as colocariam em frente ao palco. 
— que história em boi? 
— tão bonita, espero poder contar sobre a minha pequena lá na frente. 
— você junto da Mel poderão boi, mas depois, aquele essa voz aí, que a Arleyde vai me matar. — rimos e eu fui aquecer minha voz para fazer o que sabia de melhor depois de amar minha família e meus fãs. 
O show havia sido maravilhoso, em quanto cantava garotas não merecem chorar, chamei Manuela para cantar comigo, o que nos deixou bem feliz. 
— Borá pra Minas Gerais? 
— Borá! — sorri em quanto postava uma foto minha e de Manuela em cima do palco agradecendo o público maravilhoso do interior de São Paulo. 

(...) 

Havia chego pela manhã, e novamente Melissa não estava em casa, Sônia me disse que a mesma saiu um pouco apressada.
— oi amorzinho do papai — peguei Nicole, que ameaço sorrir banguela — coisa gostosa — a enchi de beijos. 
— Luan, está com fome? Quer que eu prepare algo para você comer? 
— faz um lanche pra mim So por favor. 
— já venho. — ela seguiu até a cozinha. 
— e você gordinha? Está com fome? Em? — ela tentou resmungar e ri.
— Luan, já está na hora do leite dela. — Lígia apareceu ali segurando a mamadeira de Nicole. 
— me dá ai que eu dou pra ela.
—  aqui — ela me entregou a mamadeira. — vou pegar a toalhinha dela. — ela foi até o carrinho e pegou a toalha que estava sob o mesmo. 
— você quer é? — ameaçava perto da boca dela, e na hora que ela abria eu tirava vendo ela resmungar — eita brabeza — ri e peguei a toalhinha colocando em seu colo, e dei o leite para a mesma. — que fome papai — sorri. É, eu a amava tanto. 

Narrado por Melissa.

Cheguei em casa um pouco apressada, já se passava das 11:30, eu precisava de um banho, estava toda soada. 
— Uai amor — sorri surpresa — chegou cedo. — fui até o mesmo que estava deitado com Nicole em seu peito e selei nosso lábios. 
— onde você estava? 
—  eu ... Eu — fiquei perdida, sabia que ele precisava da verdade, mas eu tinha medo dele achar que estava ficando louca. — estava na academia. — falar que havia voltado a dançar não teria problema. 
— voltou a malhar? 
— voltei a dançar — ele me olhou surpreso. 
— isso é ótimo querida — ele parecia feliz. 
— me sinto bem — suspirei — preciso de um banho, já venho. — passei minha mão no cabelo da minha pequena antes de subir para tomar um banho. 
— vamos buscar o Breno? Aí aproveitamos pra ir tomar um sorvete, não sei. — era tarde, Luan estava prestes a ligar o carro, pois havíamos acabado de sair da estimulação que Nicole vinha fazendo. 
— não vai ter problema? — o olhei com receio. 
— tomamos cuidado, por favor. Sinto falta de falta de sair com vocês. — fiquei com pena, Luan passava mais tempo nas estradas, e quando estava por aqui não podíamos sair com medo de tumulto. 
— vamos — ele sorriu feliz e beijou minha mão, ligando o carro para irmos até o colégio do nosso menino. 

Narrado por Luan.

— não é pra dar sorvete pra ela, entendeu Luan? 
— claro muié — ela se levantou e foi até o banheiro, Breno riu sapeca após ver a mãe sumir de vista.
— papai, a Nini quer — Nicole olhava atenta o sorvete do irmão.
— sua mãe disse que não filho — ri do seu jeito. 
— mas ela vai ficar com vontade papai — ri e tirei Nicole do bebê conforto, a sentando em meu colo. 
— você quer filha? — ela ainda olhava o sorvete atenta — vamos dá pra ela tá? — olhei para o Breno que concordou sorrindo — mas a mamãe não pode saber. 
—  segredinho nosso, não é Ni?? — peguei uma pequena quantidade de sorvete de chocolate de Breno. 
— fica de olho aí cara, se sua mãe estiver vindo, você avisa. 
— tá — ele sorriu animado, olhei para a porta do banheiro, e não havia nenhum sinal da Melissa. 
— confio em você cara — ri levando a colher de sorvete até a boca da minha pequena. — gostoso papai?! — ela parecia gostar, ficou olhando para a colher e eu fiquei com dó, e peguei mais um pouco. 
— papai a... 
— ela quer mais né papai? É a última, se não sua mãe me ...
— eu o que Luan? 
— nada amor — sorri nervoso olhando para trás, ela parecia brava. Levei a colher de sorvete que estava em minha mão, até a boca — amo sorvete de chocolate.
— você não sabe nem ser mentiroso Luan Rafael! — ela se sentiu tirando Nicole de meu colo, e limpou a boca da mesma que tinha um pouco de sorvete. 
— opa — sorri sem graça e olhei para Breno. — Po cara, você disse que ia avisar. 
— eu tentei papai, mas você não me escuta — ele se mostrou chateado. 
— tá cara, desculpa — terminei de tomar meu sorvete. 
— você não tem nem vergonha nessa sua cara Luan Rafael, impressionate isso.  — joguei beijo para a mesma rindo. Me sentia tão bem com a minha família, por mim repetiria isso sempre, mas era complicado por eu ser uma pessoa pública.  
— amor, leva minha bolsa para dentro por favor? Vou na frente pra dar banho nas crianças. — ela saiu um pouco apressada com Nicole em seu colo, e tentava segurar a mão de Breno, que estava todo sujo de sorvete. 
—  larga tudo bagunçado — olhei a bolsa toda aberta sobre o banco — depois reclama de mim — a peguei saindo do carro. — eita fuba, como tudo isso cabe aí dentro? — havia derrubado a bolsa no chão, me agachei para pegar suas coisas e as depositei de novo em sua bolsa. 
— amor, deixei as crianças com a Lígia lá em cima, estou indo até o supermercado e já venho, tudo bem? 
— tudo — sorri jogado no sofá — traga bolachas para mim. 
— depois reclama que engorda — revirou os olhos e eu fiz o mesmo, e logo ela saiu indo até o supermercado. 
Estava prestando a atenção em um jogo de futebol qualquer que passava, quando o celular da minha esposa tocou dentro da bolsa ao meu lado. 
— que susto — fui pega-lo para atende-lo — Alô? 
— boa tarde, aqui é do consultório da doutora Joice, só liguei para avisar a senhoria Melissa, que a consulta dela foi marcada das 8:00 para as 9:30, já que a Doutora vai ter um atraso. Teria como avisa-la? 
—claro — achei aquilo estranho, Mel não havia comentado nada comigo sobre isso. 
— obrigada — a ligação se encerrou e eu me sentei no sofá. 
— quem será essa doutora Joice? — peguei meu celular afim de procurar na internet, já que estava assim hoje em dia, não seria difícil acha-la. E não foi, doutora Joice era uma psicóloga e terapeuta bem conhecida aqui em São Paulo. Uma das melhores, de acordo com relatos que li. Me senti confuso, não entendia o motivo dela não ter me contado isso, eu poderia a ajudar, iria apoiar, mas ela resolver fazer tudo escondida.
— ainda está aí? — ela entrou na sala com algumas sacolas, mas logo seguiu até a cozinha. — vou colocar suas bolachas no lugar de sempre e ...
— ligaram pra você, no seu celular. 
— você atendeu? Quem era? — ela continua de costas guardando as coisas no armário. 
— era do consultório da doutora Joice. — respirei fundo — avisaram que sua consulta foi marcada para as 9:30, que a doutora terá um atraso. 
— am, é, obrigada. — ela, agora virada para mim, estava com os olhos mais grandes do que o normal. 
— terapia ou psicóloga Melissa? 
— Luan eu ...
— só me responde, você faz terapia ou psicóloga? 
— psicóloga — ela abaixou a cabeça — mas não — a interrompo novamente.
— por que não me contou? 
S/n: tive medo de você achar que ...
— medo Melissa? Medo de que? Eu iria te ajudar, você é minha esposa, meu papel é ficar ao seu lado. 
— eu ia te contar, mas não queria que você pensasse que eu tinha algo sério. 
— a quanto tempo isso? — respirei fundo , fechando os olhos.
— não tem 1 mês — ela mexia os dedos.
— O que custava me falar? 
—  não queria que você achasse que tenho algum problema. 
— e você tem? 
— não .
— Melissa, olhe para mim — segurei seu rosto — me diga a verdade. 
— eu estou bem amor — ela me beijou. Correspondi, claro, mas com uma certa dúvida, eu saberia a verdade. Melissa não procuraria ajuda se não fosse algo mais sério. 

Notas da autora. 

Mal Melissa sabia que sua ajuda estaria em casa. Seu porto seguro, seu lar, sua vida, era o seu amor. Ele mesmo, Luan Rafael, como a mesma dizia quando estava brava. Ele cuidaria dela, até mesmo nos dias mais difíceis. 
 - Natália de Andrade. 

3 comentários:

  1. Comecei ler hoje por acaso, pq vi a indicação em outra fic e nossa tô sem comentários ainda, primeira vez que vejo uma fic diferente assim e você tá de parabéns, esse pouco já tô me apaixonando e a forma que você aborda o tema e descreve os momentos é maravilhoso, parabéns você é muito boa nisso, pode continuar que eu nem ligo tá ?

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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