Narrado por Melissa.
Comecei a pensar na minha árvore genealógica, meus primos que moravam ali em São Paulo, mas era complicado, minha família era grande de mais para me lembrar de todos, e uma grande parte ficava no interior.
— Jenifer.
— Anh? — Luan me olhou estranho.
— Jenifer, ela mora aqui — arregalei meus olhos e me lembrei de minha prima Jenifer, ela era compatível a Nicole. — preciso ligar para ela, cadê meu celular? Eu ...
— se acalme querida. — minha sogra segurou minhas mãos. Sorri e me afastei dali ligando para minha prima, não foi difícil convencê-la, e ela prometeu-me chegar mais rápido que pudesse.
— onde o Luan está? — o procurei ali.
— Saiu com o meu pai, Arleyde está igual louca procurando ele.
— cheguei — minha prima chegou um pouco ofegante.
— não precisava de tanta pressa — fui até ela é a abracei — obrigada. — minha voz estava tomada pelo choro, minha garganta queimava, e minha visão estava embaçada.
— não precisa agradecer.
— vamos? — ele a chamou, e eu a acompanhei.
— muito obrigada mesmo — eu a abracei logo depois da transfusão realizada.
— de nada Mel — ela beijou meu rosto — mas vamos comigo comer algo? — ela riu fraca e fomos até a cantina do hospital.
— como vão seus pais? — puxei assunto em quanto a mesma comia.
— vão bem — ela riu pelo nariz — mamãe sente saudades.
— quando a poeira abaixar farei uma visita a ela. — sorri forçada.
(...)
— vamos pra casa? O médico disse que ficarmos aqui não vai adiantar muita coisa.
— podem ir, vou ficar com a minha filha.
— querida, Breno precisa de você também — minha sogra sorriu forçada, e eu me senti mal, com todas essas coisas que estavam acontecendo eu não me importei com o meu filho, me senti uma mãe horrível.
— vamos amor? Voltamos pela noite — Luan passou as mãos gordinhas em meu cabelo, e eu o olhei — mais tarde voltamos — ele beijou minha testa.
— vamos — sorri forçada, e Luan me arrasou dali.
Casa, era tudo que eu precisava, assim que pisei na mesma, segui para meu quarto, eu precisava de um banho demorado. Lavei meus cabelos, e resolvi seca-los, já que pretendia dormir.
— está ocupada?
— não querido — o encarei pelo espelho.
— Soroca me ligou — ele riu pelo nariz — nos convidou para a social no dia do aniversário dele, e eu aceitei, tudo bem?
— tudo — respondi insegura, Sorocaba faria aniversário daqui 5 dias, não tinha certeza se Nicole se livraria desses problemas logo.
— vou tomar banho — Luan jogou um beijou para mim e eu ri fraco e ele seguiu até o banheiro.
Tempos depois Luan saiu do banheiro cantarolando alguma música internacional, e seguiu até nosso closet, voltou vestindo apenas uma calça de moletom, e veio se deitar na cama, praticamente em cima de mim.
— não quero te ver triste meu bem — ele selou nossos lábios.
— vou tentar ficar bem — passei as mãos em seu rosto — eu te amo tanto.
— eu também te amo — ele tomou meus lábios em um beijo tão nosso, repleto de carinho, ternura e paixão. Senti as mãos do Luan, que antes estavam em minha cintura, passar por meu corpo e parar meus seios por baixo da roupa. Os beijos de Luan passaram para meu pescoço, onde o mesmo deu lugar a sua barba, já que ele a passava ali me causando as melhores sensações.
— você é tão minha Melissa — ele me sussurrou ao pé do ouvido, e eu senti todo meu corpo novamente arrepiado. Quando Luan e eu transávamos, tinha a sensação de que tornávamos um só, ele tinha o poder de me tornar mulher todas as vezes que nos amávamos, na verdade, ele tinha um poder único sobre mim.
(...)
5 dias depois.
Encarava meu reflexo no espelho, e o vestido azul que antes caia perfeitamente em mim hoje se encontrava mais larga. Havia perdido peso e nem havia percebido.
— já está pronta?
— já — me virei o encarando, e ele sorria.
— então vamos. — concordei com a cabeça e fui ao encontro do mesmo logo depois de ter apanhado meu celular sob o criado-mudo.
Não me surpreendi muito ao chegarmos a casa do Sorocaba, e a música rolava um pouco alta ali. O churrasco estava agradável, mas mantinha meus pensamentos em meus filhos, Nicole ainda naquele maldito hospital, sem nenhuma notícia, nenhuma melhora. Íamos pela tarde até lá e ficávamos até a noite, e hoje não havia sido diferente.
— está gostando querida? — Luan me abraçou por trás beijando meu pescoço.
— estou — sorri — estava com saudades disso.
— as coisas andam difíceis e diferentes para nós não?
— sim, mas nossa pequena vai ficar melhor amor, eu espero.
— ela vai amor, vamos ter fé em Deus.
— amém — sorri animada.
— borá tomar uma Luan? — ele mostrava a garrafa de alguma bebida alcoólica.
— estou dirigindo cara, deixa isso quieto — ele riu.
— eu posso dirigir querido, se divirta um pouco.
— não vou beber nada forte, não preciso disso para me sentir bem. — ele sorriu e foi até a cozinha.
— Melissa? Quanto tempo querida. — Eduarda sorriu falsamente, e eu retribui, claro.
— como vai? — olhei para o meu copo que até então tinha suco.
— bem querida, e você? — ela se sentou ali. Será que ela não se tocava? Mereço!
— tudo indo — sorri forçado.
— amor, quer algo? — ele voltou e se sentou ao meu lado. — Eduarda? — ele a olhou estranho.
— quanto tempo, não? — ela riu debochada.
— é — ele voltou sua atenção para mim — está com fome?
— não se preocupe amor — sorri selando nossos lábios.
— Luan, larga a muié e chega aí parceiro. — Sorocaba o repreendeu, e eu apenas ri, e meu marido me deixou indo com os amigos.
— deve ser difícil né? — a olhei como se não estivesse entendo mais nada — passar dias com sua filha no hospital, e não ter mais tempo para seu marido.
— aonde você está querendo chegar Eduarda? — revirei meus olhos sem um pingo de paciência.
— o Luan é homem né Mel, pode muito bem procurar na rua o que você não dá em casa.
— Luan é homem mesmo Duda — disse seu apelido com ironia — homem que sabe que tem uma família em casa e não preciso procurar nada por aí.
— será? — ela deixou um ar suspeito e logo saiu dali.
— vem amor, não fica aí sozinha. — o olhei e ele sorria, será que Eduarda havia falado a verdade?
Narrado por Luan.
Eduarda havia ficado poucos minutos ao lado de Melissa, e eu apostava que ela havia falado algo, já que minha mulher me olhava de um jeito estranho.
— está tudo bem? — a abracei de lado sussurrando em seu ouvido, e ela apenas concordou.
Decidimos não voltamos para casa tarde, já que passamos boa parte da nossa tarde no hospital, precisávamos descansar.
— Luan, posso te perguntar uma coisa?
— claro amor — sorri e puxei sua mão a levantando até minha boca em quanto ela dirigia de volta para nossa casa.
— você, não, esquece.
— pode dizer Mel.
— você seria capaz de me trair?
— que besteira amor, claro que não.
— você promete? — ela tirou sua atenção do trânsito em segundos.
— prometo —me aproximei da mesma beijando sua bochecha. Eduarda era fogo, devia ter enchido a cabeça de Melissa com suas mentiras, eu não deixaria ela estragar o meu casamento.
Notas da autora.
Será que não? Promessas são feitas para não serem quebradas. Lembrem-se.
- Natália de Andrade.